os godgets corresponde a que fração do consumo doméstico de eletricidade no mundo? qual a tendência dese consumo para os próximos anos?
Soluções para a tarefa
Há 20 anos, poucos imaginariam que o arsenal tecnológico pessoal básico de hoje seria constituído de notebook, smartphone, MP3 player, TV de LCD e videogame. Mas aí estão eles, e, daqui a 20 anos, esses gadgets vão se multiplicar. Hoje, eles respondem por 15% do consumo doméstico mundial de energia . Em 2030, esse porcentual deve subir para 45%. Quando esse futuro chegar, em termos tecnológicos a vida será boa como nunca antes na história da humanidade. Tudo perfeito, a menos que... Nada. Até a crise do ano passado, havia a ameaça de que o crescimento econômico superasse a capacidade de geração de energia. Mas a desaceleração no Primeiro Mundo reequilibrou as estimativas de produção de eletricidade com o nosso impulso incontrolável de apertar a tecla "play".
Mas nós ainda não estamos no Primeiro Mundo. E os especialistas acendem uma luz - de LED - amarela. É que, em países emergentes como o Brasil, grande parte da população está saindo da miséria e passando a consumir, gadgets inclusive. Mantidas as projeções, em 2030 seremos o quinto maior consumidor mundial de energia elétrica. Para chegarmos lá com os celulares carregados e longe de ameaças como os apagões de 2001 e 2002, é preciso que a nossa produção de eletricidade cresça 4,2% por ano.
E aí, a solução é desembolsar US$ 310 bilhões para a construção de usinas, turbinas e painéis solares. Mas, como no resto do mundo, a crise também deu uma aliviada na demanda por aqui. Por conta disso, as chances de faltar energia elétrica até 2030 não ultrapassam os 5%, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), entidade responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN).
Se o funcionamento do seu laptop parece garantido pelos próximos 20 anos, o último relatório da IEA (Agência Internacional de Energia, na sigla em inglês), publicado em junho, levanta outras questões. Paul Waide, um dos autores do documento e analista da IEA, diz que é preocupante o aumento da emissão de gases estufa associada ao consumo de energia. O setor de geração soma 80% das emissões globais de CO² e 60% das de gases estufa. A solução de Waide é simples e ataca duas frentes, a geração e a poluição: "Os eletrônicos mais eficientes consomem metade da energia. Se todos usássemos tecnologias melhores já disponíveis, economizaríamos 150 bilhões de watts ou US$ 130 bilhões até 2030. Além disso, evitaríamos a emissão de 8,2 bilhões de toneladas de CO²".