Os estudos de Lenneberg apontam para a existência de uma janela ideal à aquisição da linguagem, um período crítico, no qual um desenvolvimento linguístico automático e espontâneo seria propiciado pela maturação cerebral ainda incompleta. Casos de privação linguística, como os ocorridos à menina Genie nos anos 1970, em Los Angeles, e aos meninos Pedro e João em 1994, em Pernambuco, corroboram a tese de que, após esse período crítico (que em geral se dá no início da puberdade), os seres humanos perdem a capacidade de adquirir uma língua de forma natural e sem esfoço. Dentre os movimentos teóricos que tentam explicar a aquisição da linguagem, observa-se que um não é capaz de assimilar o conceito de período crítico em sua teorização. Assinale a alternativa que aponta essa teoria e justifica essa afirmação:
A.
Interacionismo, pois o desenvolvimento linguístico da criança depende da mediação criada pelo adulto.
B.
Cognitivismo, pois o desenvolvimento da linguagem reflete o desenvolvimento cognitivo da criança.
C.
Inatismo, pois a capacidade da linguagem é determinada geneticamente e se compara ao funcionamento de outros órgãos humanos.
D.
Behaviorismo, pois o comportamento verbal não se associa nem depende da receptividade de nenhum processo mental.
E.
Conexionismo, pois a formação de novas redes neurais não é afetada pela maturação cerebral.
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Resposta:
D.
Behaviorismo, pois o comportamento verbal não se associa nem depende da receptividade de nenhum processo mental.
Explicação:
O Behaviorismo é o movimento teórico cujas hipóteses não podem ser correlacionadas a um período crítico na aquisição da linguagem, tendo em vista que se a aquisição depende exclusivamente do condicionamento de comportamentos verbais, da imitação e da associação. Não seria esperado que a maturação cerebral pudesse afetar negativamente a capacidade infantil de adquirir uma língua – ao contrário, com a maturação cerebral seria esperado um maior poder associativo e uma maior capacidade de aquisição.
Por se basearem na existência de componentes biológicos inatos que subjazem a linguagem (sejam esses componentes a GU, no inatismo; a capacidade de criar novas conexões neurais, no conexionismo; ou as habilidades cognitivas, no interacionismo e cognitivismo), essas teorias seriam capazes de acomodar o conceito de período crítico dentro de suas teorizações.