OS CLÁSSICOS, MODELOS ETERNOS DA LINGUAGEM
A boa estimação dos clássicos, o carinho e o amor com que devemos cercá-los, é o fruto a madureza do espirito, quando cessa a altivez de idelas novas ou apenas diferentes, soberbas, bizarras e extravagantes. A Juventude não ama aos clássicos porque não tem a "consciência do ridículo" e não está ainda desenganada de presumidas ciências e maravilhas que lhe avultam na alma, como estranhas revelações. Ao cabo de tantos lances, mais serena filosofia a modera e refrela e quebranta aqueles primeiros impetos. E não há homem que, vivendo um pouco, não the chegue a hora de dizer, como o velho rel bíblico, que sub sole nihil novum (tradução: não há nada de novo abaixo do sol).Nada há mais velho que a moda, nada mais fácil que a originalidade das desobediências. O grande e puro escritor que foi Herculano dizia, referindo-se ao influxo dos livros franceses: "cada livro que chega é como um individuo daquela nação que vem falar no meio de nós; indivíduo, por via de regra, mais civilizado, mais rico de ideias ou pelo menos de ideias bem ordenadas que os que escutam". Estou com o grande historiador, que há certamente algum fruto e proveito nessa anarquía e nessa indisciplina juvenil. Mas vencida essa crise de crescimento, se não se quer ser infante toda a vida, não há outro endereço mais que o do amor e respeito aos modelos etemos da linguagem. O mais moderno e o mais livre de todos os escritores portugueses, Eça de Queirós, consagron os últimos restos da vida a limar e a castigar o seu formoso e suave estilo, restituindo-o, quanto pode, à nobreza antiga da lingua. É que o espírito, na morte, se reintegra e continua eterno na sua própria espécie, e só o corpo se contenta com volver e perder-se em outras fermentações e outras tantas modos e mutações da vida universal.
Assinale a alternativa que contém a afirmação incorreta:
a) Trata-se de um texto dissertativo que tem como tese a defesa do estilo e dos autores clássicos.
b) A fim de fundamentar sua ideia, o autor se vale de citação de um autor classico como Herculano, além de utilizar, ele mesmo, estruturas clássicas, como em "sub sole nihil noveum?
c) O autor critica Eça de Queirós por "limar castigar o seu formoso e suave estilo".
d) O amadurecimento intelectual é metaforizado a partir da de crescimento biopsicológico.
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Sobre os modelos clássicos da linguagem, está incorreta a alternativa (C) O autor critica Eça de Queirós por "limar castigar o seu formoso e suave estilo".
Compreendendo o texto
No texto é possível observar que o autor defende seu ponto de vista sobre os autores clássicos, em que são descritos como o objeto encontrado através do amadurecimento do espírito, o que explicaria o fato da juventude não buscar por estes autores.
E através disso, quanto mais velhas, mais as pessoas se relacionam a esta vertente, justificada através da fala "não há nada de novo abaixo do sol", assim como o retorno de Eça de Queirós a antiga da língua, descrita como a reintegração do corpo.
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