Os caminhos da história
Ao voltarmos no tempo, encontraremos a utilização da palavra historia, pela
primeira vez, na Grécia Antiga. Ela origina-se de histor, palavra grega que significa
testemunho. Depois, a história foi identificada como narração, isto é, o historiador seria
um memoralista escrevendo, no presente, sobre os acontecimentos do passado. Mais
tarde, ela continuou sendo entendida como narrativa, mas ganhou uma finalidade didática
– ensinar e criar modelos de comportamento para os seres humanos. Esse jeito de se
fazer História, apesar das alterações sofridas na metade da Idade Moderna, prosseguiu
desde a Antiguidade até o século XX.
A partir do século XVIII, existia uma história interessada em explicar
acontecimentos realmente significativos e em relacionar os fatos entre si. No século XIX,
a forma de pensar e escrever a História passou por grandes transformações. Os
historiadores tentavam estabelecer bases científicas para o estudo dos fatos e descobrir
leis que explicassem, sempre acompanhados por farta documentação.
A partir do século XX, os historiadores, para explicar o desenvolvimento da História,
passaram a valorizar ainda mais as relações econômicas entre pessoas, grupos e povos.
Assim, ela deixou de ser apenas uma narrativa para se transformar em “possibilidades
interpretativas do passado”. Cabe, portanto ao historiador interpretar as sociedades
humanas do passado e não apenas narrar os fatos, datas e personalidades.
História e várias histórias
Como você pode observar, a História vai além da sua história, do seu nome, da sua
idade e do lugar em que você mora. Começou bem antes do seu nascimento, continua
até agora e nós poderíamos passar muito tempo falando a respeito dela. Todas as
pessoas têm uma história. E não são apenas as pessoas. Tudo tem história: a música que
ouvimos, as roupas que vestimos, os alimentos que comemos, os seres humanos, as
cidades, os países, o mundo.
Os seres humanos sempre fizeram registros históricos. Nossos indígenas, por
exemplo, já registravam o cotidiano por meio da confecção de utensílios (machadinhas depedra, enfeites de penas de pássaros, objetos de cerâmica) ou pinturas em cavernas, dez
mil anos atrás.
A partir de sua organização em grupos, as pessoas sentiram necessidade de colher
informações sobre o passado e registrá-las, de alguma forma, fosse oralmente, nas
conversas com os amigos e parentes, ou em desenhos feitos em grutas e cavernas em
que viviam.
Nós podemos conhecer os costumes dos humanos primitivos, os objetos que
usavam e os animais que caçavam, por meio do estudo desses desenhos e das
descobertas feitas pelos arqueólogos, cientistas que, pesquisam o passado dos seres
humanos e dos grupos sociais por meio dos registros materiais.
O conhecimento histórico é registrado, como vimos anteriormente, pelo historiador.
O trabalho do historiador é interpretar os fatos históricos ou as experiências humanas com
a ajuda dos registros e vestígios que foram deixados por um povo em um determinado
local e tempo.
Em história, há tempos de curta, média e longa duração. Um acontecimento de
curta duração é aquele que chega imediatamente ao conhecimento das pessoas, por
exemplo, um jogo de futebol, o lançamento de um livro, uma greve, a inauguração de uma
obra pública.
Um acontecimento de média duração não é normalmente percebido de imediato,
mas é possível ser reconhecido pelos contemporâneos, isto é, pelas pessoas que viveram
na mesma época. Por exemplo, hoje é comum ouvirmos falar da moda dos anos 80, da
crise do Oriente Médio ou das últimas décadas.
Já um acontecimento de longa duração só é revelado por meio do estudo
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histórico, por que não pode ser percebido pelos contemporâneos. Por exemplo: fatos
ocorridos na Grécia Antiga ou no Antigo Egito.
Daí a importância de estudarmos a história: por meio da investigação e da
interpretação dos acontecimentos históricos somos capazes de compreender as
experiências dos povos que viveram antes do nosso tempo e espaço históricos.
ciceracruz5678:
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