origem e desenvolvimento das glândulas paratireoides
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Resposta:
As paratireoides são glândulas originadas do terceiro e quarto arcos branquiais, usualmente localizadas junto à glândula tireoide. Situam-se mais comumente contíguas à cápsula, na face posterior da tireoide, duas junto aos polos superiores e duas nos polos inferiores, embora algumas vezes possam estar localizadas no interior da glândula. Um pequeno número de pacientes pode apresentar três, cinco ou, ocasionalmente, uma quantidade maior de glândulas. Variações anatômicas da sua localização são frequentes, podendo ser encontradas até mesmo no mediastino, próximas ao timo7. Cada glândula mede entre três e seis milímetros, com peso aproximado de 30 a 40 miligramas. Durante o ato operatório podem ser de difícil distinção da tireoide e do tecido adiposo adjacente, entretanto, sua coloração amarelo-mostarda é bastante característica. Provavelmente, devido a essas peculiaridades anatômicas, permaneceram ignoradas nos tratados de medicina, somente sendo descritas em 1850, pelo curador do Museu da História Natural de Londres, Sir Richard Owen. A descoberta aconteceu enquanto era realizada a necropsia de um rinoceronte. Owen a descreveu como "uma estrutura glandular pequena, compacta, amarela, anexada à tireoide no ponto de onde emergem as veias"8. O famoso patologista alemão Rudolph Virchow pode ter identificado uma glândula paratireoide em 1863, quando descreveu uma estrutura na região cervical, enfatizando que não se tratava de uma glândula tireoide acessória, nem linfonodo, ou qualquer outra estrutura que fosse familiar a ele, porém, não exibiu interesse sobre o achado8. Apesar dessas descrições iniciais, passaram-se vários anos até que, em 1880, um estudante de medicina sueco de apenas 25 anos de idade, Ivar Sandström, elucidasse de maneira definitiva a existência das paratireoides. Em seu trabalho intitulado "Descoberta de uma nova glândula no homem e em diversos mamíferos" descreveu a presença de uma glândula até então desconhecida em cães, gatos, coelhos e outros animais. Após, iniciou dissecções em cerca de 50 cadáveres e confirmou a presença dessas glândulas em humanos, e, devido à sua localização, empregou a denominação de paratireoides9. De uma forma detalhada, descreveu coloração, forma, variações na localização das glândulas e ainda realizou análises microscópicas minuciosas. Como seu relato foi muito extenso, cerca de 50 páginas, foi rejeitado pelos editores da época, conseguindo publicar seus achados apenas muito tempo depois somente em sua língua materna10. A descrição em um idioma pouco difundido, associada a falta de compreensão da função dessas pequenas glândulas, fizeram com que Sandström não obtivesse o reconhecimento adequado de seu achado. Sandström, que recebeu o título de médico em 1887, ficou tão perturbado com a falta de reconhecimento de sua descoberta que entrou em profunda depressão. Talvez esse fato possa ter contribuído para seu suicídio aos 37 anos de idade.
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