oque sao politicas higienistas qual e relacao das ideias higienistas e a revolta da vacina
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As políticas higienistas foram uma série de medidas adotadas pelo governo brasileiro e pelo governo de diversos estados para eliminar doenças e áreas insalubres nas cidades.
Durante o governo republicano, ocorreu a tentativa de modernização do Brasil. Este processo vai durar muitos anos e será responsável por mudanças sociais importantes no país.
Tais transformações ocorreram no interior, por exemplo, com a eliminação de movimentos messiânicos, como ocorreu em Canudos e no Contestado. E ocorreu também nos centros urbanos.
Durante o início do século XX, as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo passam a crescer e a receber pessoas para trabalhar na recente indústria que crescia vagarosamente nessas cidades. A rápida urbanização ocorreu de maneira descontrolada e muitos bairros se tornaram verdadeiros centros de proliferação de doenças.
Isto ocorria principalmente nos cortiços: locais onde várias famílias viviam em conjunto. Tal espécie de moradia ficou muito famosa graças a obra do autor Aluísio Azevedo. Destaca-se que esses locais não contavam, muitas vezes, com cuidados básicos em relação à higiene. Não havia saneamento adequado; e ratos e outros animais pestilentos coabitavam o local com seres humanos.
Isto colaborava para que muitas enfermidades circulassem entre a população mais pobre. Além disso, essa paisagem urbana não era agradável: via-se muita sujeira nos centros das cidades, o que ia de encontro com o padrão de beleza urbano inglês e francês das cidades-jardins, moda na arquitetura e no urbanismo da época.
Alguns políticos decidem então enfrentar esse problema, como foi o caso de Pereira Passos, da cidade do Rio de Janeiro. Ele convocará o médico Oswaldo Cruz para realizar uma campanha de vacinação obrigatória nas regiões mais pobres. Além disso, irá trabalhar para colocar fim nos cortiços da cidade e acabar com os focos de doenças.
Entretanto, esse processo não levou em consideração a fragilidade e a falta de conhecimento da população mais pobre. Esta temia que as vacinas fossem prejudiciais à saúde. Além de serem desabrigadas durante o processo de "bota abaixo", ou seja, da destruição dos cortiços.
Assim essas políticas higienistas, que buscavam acabar com a insalubridade e com os focos de doenças não foram bem aceitas pela população mais simples, principalmente por desconhecerem o que ocorria e também porque, em muitos casos, a violência era usado contra eles nesse processo. Isso levará a uma grande revolta no ano de 1904, que ficou conhecida como "Revolta da Vacina" justamente por conta da campanha promovida por Oswaldo Cruz.