oque foi o protesto libertario anti repressor da revolta da vacina
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Em meio a esse desejo de renovação e modernização da capital do país, o médico sanitarista Osvaldo Cruz lançou uma campanha para erradicação da febre amarela e da varíola. Mas ao mesmo tempo em que o governo central procurava propagandear a prosperidade e modernidade do país, o desemprego e o alto custo de vida assolavam a população, especialmente na capital do país. Assim, numa política sanitarista baseada na imposição e repressão, o governo de Rodrigues Alves regulamentou, em 31 de outubro de 1904, a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola, vacina esta que já havia sido utilizada na Europa, mas ainda era muito pouco conhecida no Brasil.
Diante do conturbado cenário político, no qual Rodrigues Alves lidava com a oposição dos chamados republicanos radicais, que eram, em sua maioria, positivistas, e dos monarquistas, a lei gerou alguns protestos por parte de políticos e da imprensa. Até a publicação do plano de regulamentação da aplicação da vacina, em 9 de novembro, os ânimos foram se exaltando até culminar em conflitos populares.
O argumento do governo se baseava nos números da doença no Brasil, especialmente na cidade do Rio de Janeiro que, naquele mesmo ano, havia sido palco de um amplo surto epidêmico. Assim, para acabar com essa doença, a solução seria aplicar, em caráter obrigatório, sob a alegação de que era dever do governo cuidar do bem-estar da população, uma vacina que já havia sido utilizada com sucesso em países da Europa.
A oposição, por sua vez, contestava os métodos de aplicação da vacina, ressaltando as atitudes truculentas da polícia e de enfermeiros que haviam manifestado instintos brutais e moralidade discutível durante a campanha pela extinção da febre amarela, episódio recente na cidade do Rio de Janeiro. Além disso, os opositores ainda questionavam a questão da obrigatoriedade da vacinação. Se ela tinha tantas qualidades e eficácia como o governo propagandeava, então as pessoas poderiam escolher se submeter à vacina ou não. Como exemplo desse argumento pode-se ver o discurso do senador Lauro Sodré, ex-militar, positivista e líder maçom que criticava o caráter autoritário da lei: “arbitrária, iníqua e monstruosa, que valia pela violação do mais secreto de todos os direitos, o da liberdade de consciência.”
Até mesmo um político conservador de grande influência como Rui Barbosa, se mostrou reticente e desconfiado com relação à vacinação, afirmando que o governo não teria direito de “envenenar, com a introdução no meu sangue, de um vírus sobre cuja influência existem os mais bem fundados receios de que seja condutor da moléstia ou da morte”. Se inclusive um membro da elite do país questionava a vacina e se mostrava temeroso com a possibilidade de receber o vírus da doença, o que dizer da população carente e desinformada que ainda sofria com o desemprego e as péssimas condições de vida?
O clima, então, não era propício para a aplicação de uma vacina obrigatória e, em 5 de novembro de 1904, foi criada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória e quanto a regulamentação sobre a aplicação da lei foi publicada, alguns dias depois, a população logo se rebelou. Os termos da regulamentação, elaborada pelo médico sanitarista Osvaldo Cruz, eram rígidos e previam a vacinação inclusive em recém-nascidos e idosos, impondo ainda exames e ameaçando a população com multas e demissões.
Em 10 de novembro, a população saiu às ruas para protestar, mesmo com as ordens do governo proibindo concentrações públicas.
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