oque é domesticaçao do milho
Soluções para a tarefa
o processo começou a cerca de nove mil anos no México o milho saiu de lá sem estar totalmente domesticado , hoje o milho e um alimento incontornável . Mas como ocorreu a sua domesticação. uma equipa internacional de cientistas de 14 instituições afirma num artigo científico desta sexta feira na revista Science que a sua história de domesticação é mas complexa do que pensava . concluiu-se que o milho iniciou a sua jornada migratória sem estar totalmente domesticado
reconstrução da domesticação do milho
A domesticação do milho é um grande mistério. O cereal que hoje representa cerca de 21% da nutrição humana, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não cresce de maneira selvagem, ele precisa ser cultivado. Ainda no século XXI, o milho continua sendo objeto de estudo de cientistas que, através de seus ancestrais, reconstroem o processo de domesticação do milho e tentam entender o que possibilitou os povos antigos a cultivar o grão e utilizá-lo em suas dietas.
Durante boa parte da nossa história, nossos ancestrais dependeram inteiramente da caça de animais, coleta de frutos, tubérculos e sementes. E só apenas há 10 mil anos, o homem se interessou pela criação de gado e pela cultivação intencional, pois assim teriam fontes confiáveis e permanentes de alimentos.
Em 1930, o cientista e botânico George W. Beadle descobriu evidências através da comparação de cromossomos, que o milho seria parente próximo de uma plantinha aparentemente insignificante das terras altas mexicanas, o teosinto. Essa descoberta, entretanto, foi alvo de grandes controvérsias, tendo em vista que as duas plantas pareciam diferentes demais para terem evoluído em poucos anos pelo processo de domesticação. Enquanto muitos botânicos afirmavam que o milho não tinha nenhuma ligação com outras plantas, alguns cientistas afirmavam que o grão surgiu através da domesticação de um outro milho selvagem que foi extinto.
Então, Beadle não satisfeito, resolveu voltar às pesquisas mesmo depois de aposentado, e como bom geneticista que era, cruzou o teosinto com o milho, e logo depois cruzou seus híbridos, tornado possível observar que apenas quatro ou cinco genes eram responsáveis por controlar tamanhas diferenças entre as plantas.
Já o botânico Jhon Doebley, ainda na jornada de descobrir a \u201cpaternidade\u201d do milho, reuniu mais de 60 amostras de teosinto para comparar seu perfil genético. Baseando-se em sua pesquisa, podemos afirmar que a domesticação do milho ocorreu há 9 mil anos no sul do México. Instigados pela descoberta de Doebley, um grupo de pesquisadores escavaram cavernas e abrigos de rocha dessas terras mexicanas, e encontraram ferramentas usadas pelos povos pré-colombianos com resíduos de milho, em uma camada de depósito de aproximadamente 9 mil anos de idade, fazendo então esta ser a evidência mais antiga obtida até hoje de que a domesticação do milho já era construída nos temos remotos.
A seleção
O processo de domesticação deve ter ocorrido em muitos estágios. O primeiro e mais importante passo, foi soltar as sementes de teosinto de seus invólucros resistentes, possibilitando uma seleção melhor de variações genéticas, que resultou em grãos expostos fora da casca formando um sabugo parecido com o temos hoje, atraindo alguns nativos antecessores aos astecas, que não estavam acostumados a encontrar tal aparência em vegetais.
O segundo passo provavelmente foi o desenvolvimento de plantas cujo os grãos permanecessem intactos nas espigas. Já que o teosinto soltava suas sementes individualmente, o processo consistia em selecionar as plantas que possuíssem grãos firmes nas espigas, e descartar aqueles que se desprendiam facilmente.
Já o terceiro consistia em escolher as espigas mais fáceis de serem colhidas e armazenadas, reduzindo de forma natural o número de espigas por planta, e o número de grãos nas espigas, que se tornaram maiores, cultivando assim as melhores plantas e dando a elas maiores chances de crescerem fortes e resistentes.
Conclui-se assim, que todo esse processo de domesticação do milho só foi possível por conta do poder de observação de seus agricultores, já que foi ele o responsável por ensinar aos nativos americanos os caminhos possíveis para selecionar as características mais favoráveis ao cultivo da planta e convenientes à alimentação da comunidade. É também importante observar a importância da comunicação e da vida sedentária em comunidade, já que, por se tratar de um processo extremamente longo, a domesticação do grão perpassa por toda a cultura dessa população, que voltou parte de seu cotidiano não apenas para a cultivo e melhoria do vegetal, como também para perpassar os conhecimentos adquiridos a seus descendentes.