Filosofia, perguntado por pollyanapaixao, 3 meses atrás

Opine sobre a relação de branquitude e privilégio​

Soluções para a tarefa

Respondido por Hsjxiebuci
0

Resposta:

Branquitude é o termo utilizado para denominar as construções das identidades raciais brancas em sociedades nas quais a categoria raça e o fenômeno do racismo funcionam como organizadores da estrutura social. A branquitude precisa ser pensada de modo relacional a outras identidades raciais e a partir de sua construção sócio-histórica e das relações de poder da estrutura social na qual está inserida.

Em outras palavras, é preciso pensar que os grupos e sujeitos considerados brancos em determinados locais não necessariamente o são em outros contextos. Entre os estudiosos críticos da branquitude, é unanimidade que essa identidade se construiu a partir da ideia fictícia de superioridade produzida durante o processo de colonização das Américas e, posteriormente, pelo conceito de raça forjado pela pseudociência do fim do século 19.

Enquanto categoria sociológica, a raça funciona como um marcador de divisão e distinção entre os sujeitos brancos, negros e indígenas. No Brasil, os indivíduos, querendo ou não, são classificados racialmente ao nascerem. Àqueles classificados socialmente como brancos recaem atributos e significados positivos ligados à identidade racial a que pertencem, tais como inteligência, beleza, educação, progresso, moralidade etc. Esse traço de fantasia de superioridade contido na construção social da branquitude produz significados, e os sujeitos se apropriam deles, os singularizam, atuam sobre eles e, de algum modo, os reproduzem.

Desta forma, os conteúdos racistas de nossa linguagem também são apropriados pelos sujeitos, em meio a essa fantasia de superioridade racial. A concepção estética e subjetiva construída diariamente acerca da branquitude é, em nossa sociedade, supervalorizada em relação às identidades raciais não brancas. Isso implica na ideia de que a crença na superioridade moral, intelectual e estética – construída pelo racismo dos homens da ciência, como o botânico sueco Carl Linnaeus (1707-1778) e o antropólogo inglês Francis Galton (1822-1911) – constitua um dos traços característicos da branquitude brasileira.

Perguntas interessantes