História, perguntado por analuizalessaksouza, 8 meses atrás

Onde houve escravidão, houve resistência. E de vários tipos. Mesmo sob a ameaça do chicote, o escravo negociava espaços de autonomias com os senhores ou fazia corpo mole no trabalho, quebrava ferramentas, incendiava plantações, agredia senhores e feitores. Rebelava-se individual e coletivamente. Aqui a lista é grande e conhecida.Houve, no entanto, um tipo de resistência que poderíamos caracterizar como a mais típica da escravidão – a fuga.Adaptado de: SCHIMIDT, Mário. Nova História Crítica. São Paulo: Nova Geração, 2005. p. 207. Escreva sobre a vida do escravo negro africano na região das Minas.

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Respondido por flaviamassaro85
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Resposta:

Combinada com a vida urbana, a história de Minas Gerais também foi marcada pelo trabalho de africanos (vindos de Angola, de diversas etnias, ou importados da Bahia, pela Costa da Mina) e seus descendentes. A construção do estado e de suas vilas, minas, fazendas, estradas, etc., se deu graças à força de negros e negras escravizados no processo de colonização das terras mineiras durante o século XVIII. A extração de ouro e pedras preciosas na região de Vila Rica foi o motivo para a criação da famosa Estrada Real, que seguia até o Rio de Janeiro, em que havia não só um grande fluxo de escravos para a região das minas, como também um controle dos metais e pedras preciosas que saíam e dos escravos que entravam.

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Nesse período, a população negra africana compunha a maioria da população mineira. Isso porque a expectativa de vida de um negro nas minas era de apenas sete anos, o que obrigava os colonos a trazerem cada vez mais escravos para manter a “produção aurífera” e atender os interesses da Coroa portuguesa. A escravidão africana em Minas Gerais acompanhou o processo de mineração e sua decadência, já no final do século XVIII.

Os descendentes de africanos são muitos no estado. No começo, se deu pelos chamados “nascimentos ilegítimos”, frutos, em sua maioria, de estupros de negras escravizadas pelos seus “senhores” portugueses. Registros históricos apontam a proporção de 10 nascimentos legítimos para 100 ilegítimos. Fazendo com que a população mestiça e negra fosse praticamente maioria no estado. Em 1720, a Capitania de Minas Gerais abrigava cerca de 250 mil habitantes, calculando-se 100 mil brancos, 100 mil mulatos e 50 mil pretos. E em 1870, mesmo depois do fim do tráfico de escravos, ainda havia 300 mil escravos no estado.

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Boa parte da arquitetura barroca de Minas Gerais também é uma herança dos negros como, por exemplo, o uso do que chamamos “pedra sabão” na construção de grande parte da arquitetura das cidades. Eram os negros e as negras que dominavam as técnicas, os instrumentos e as ferramentas específicas para trabalhar com a pedra sabão, desde o manuseio desse material na África.

A formação religiosa de Minas Gerais também teve influência da mão-de-obra escrava e traz consigo um forte sincretismo religioso que pode ser observado até hoje nas festas folclóricas de dezenas de municípios mineiros, como a festa do Rosário, e em danças como o candombe, a cavalhada e o congado, por exemplo.

Apesar de ser tão profundamente ligada à escravidão, a formação de Minas Gerais também foi marcada pela resistência dos povos africanos levados para lá. Muitos escravos se organizaram em quilombos e lutaram contra seus “senhores”, durante todo o período em que a escravidão era legalizada. Um dos quilombos mineiros mais conhecidos é o Quilombo do Ambrósio, situado na divisa entre os municípios de Campos Altos e Ibiá. Hoje, Minas Gerais possui mais de 500 comunidades quilombolas auto identificadas, sendo que 224 são reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares.

Mesmo após a abolição da escravidão, muitos negros e negras permaneceram nos territórios conquistados por seus antepassados ou ocuparam novos espaços, para fundar novos quilombos e começar uma vida mais próxima da liberdade. Assim, grande parte do território de Minas foi ocupado.

Respondido por rodriguesgabriele195
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Resposta:

Considera-se hoje que o Brasil colonial teve um desenvolvimento bastante diferente da interpretação de Caio Prado Júnior. É que mudou a ótica de observação: os historiadores passaram a analisar o funcionamento da colônia. Não que a intenção da política metropolitana fosse diferente do que propõe o autor. Mas a realidade se revelava muito mais complexa. No lugar da imagem de colonos engessados pela metrópole, vem à tona um grande dinamismo do comércio colonial.

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