História, perguntado por zredbullz, 9 meses atrás

Olá, preciso de ajuda com o filme "Real - O Plano Por Trás da História".


Preciso saber os momentos do filme considerados mais importantes, as questões abordadas pelo filme e ideias principais que passa.

Soluções para a tarefa

Respondido por aninhabatgirl
7

O filme começa em 1993 e tem como missão narrativa tornar um tema mais fechado e complexo, dramaturgicamente palatável para o público leigo, sem as fórmulas indecifráveis e nomes técnicos que geralmente surgem apenas como enrolação nos diálogos. O excerto ficcional de maior destaque é a entrevista que Franco se dispõe a fazer com a jornalista interpretada por Cássia Kiss, sempre ótima, mesmo que seu personagem apresente inconsistência, como é o caso desta cobertura fictícia na véspera dos depoimentos do economista na CPI do Banestado, em 2003, acontecimento que fragilizou a imagem do economista e causou furor no cenário político brasileiro da época.

Assim, o irritadiço Itamar Franco (Bemvindo Sequeira) havia assumido o posto que anteriormente pertenceu ao presidente Fernando Collor, afastado pelo impeachment após detonar com a economia brasileira. A já mencionada inflação no Brasil alcançou os temíveis 40% e o Brasil afundava em uma crise que começou a causar pânico social. Assim, diante do clima de instabilidade, o então Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso (Norival Rizzo) montou uma equipe de economistas, que, através de hipóteses e formulação de problemas típicos de uma aula de metodologia da pesquisa científica, elaborou o plano econômico que resgatou o Brasil do desastre absoluto.

Durante o desenrolar do filme, o plano é considerado cria de Gustavo Franco, economista que também era professor da PUC-Rio e, após ser convidado por Pedro Malan (Tatu  Gabus Mendes) para encabeçar a equipe, escreveu o seu nome na história da política brasileira, mesmo que o nome tenha lá as suas rasuras, principalmente pela aversão do povo e de alguns políticos ao posicionamento arrogante e neoliberalista do “pai do Plano Real”.

No que tange aos aspectos da linguagem cinematográfica, Real – A História por Trás do Plano traz alguns simbolismos frágeis, tais como a constante presença de tabuleiros de xadrez e cenas que insistem em demonstrar pontos com chamas em alguns locais próximos ao Palácio do Planalto, como se quisesse nos gritar e direcionar: “olha, o clima lá dentro está em chamas”. É frágil? Sim, mas não chega a ser ofensivo, apenas óbvio demais. Já no que diz respeito aos enquadramentos, movimentos de câmera, o didatismo impera, mas em prol da boa qualidade técnica da narrativa.

As qualidades visuais do filme, entretanto, não podem ser comparadas ao roteiro esquemático. Os diálogos frágeis poderiam ser improvisados se o elenco fosse magistral, mas não é o que acontece. Parece que a produção estava muito interessada em aproximar os personagens reais dos atores que os interpretariam. O que ocorre é que em alguns momentos, a caricatura toma a maior parte do tempo, tornando os personagens reais mais inexpressivos do que eles geralmente já são, afinal, assistir a um filme onde Fernando Henrique Cardoso, Itamar Franco, Pedro Malan e Ruth Cardoso aparecem, mesmo que brevemente, requer uma dose extra de boa vontade por parte do espectador.

os meios de comunicação criticados pela falta de compromisso ético com o jornalismo brasileiro. É um momento instantâneo que quase escapole, mas não pode ficar de fora de uma análise geral, afinal, o cineasta não vai querer dizer que a citação foi aleatória, não é verdade?

 Mesmo tendo permitido a liberdade no que diz respeito ao comércio exterior, a Perestroika é avaliada por muitos especialistas, atualmente, como um projeto que falhou por uma lista imensa de motivos, entre elas, o desfoco do objetivo principal, além da falta de habilidade do líder para organizar o processo de privatização de empresas e a indisposição no que tange aos elementos da necessária reforma agrícola na União Soviética.

Há uma referência clássica ao âmbito dos estudos econômicos: a socialização das perdas, termo cunhado no “canônico” livro Formação Econômica do Brasil, de Celso Furtado. Criada pelo governo da República Velha, por volta de 1906, a abordagem política apontava que toda a população precisava pagar pelos prejuízos oriundos pela economia cafeeira. O termo transitou pelo século XX e chegou aos meandros da contemporaneidade, ainda sendo perpetuado, mesmo sem a transparência dos seus primeiros momentos, mas com configuração semelhante: o massacrante e abusivo efeito do sistema tributário e fiscal sob as classes sociais.

A sugestão, por sinal, serve para qualquer representação fictícia de fatos históricos: ao assistir, você estará diante de uma versão de tantas, baseada em determinados elementos escolhidos pela equipe de produção para ser apresentado. Por isso, não deixe de assistir aos filmes, dialogar com a crítica e tecer uma rede mais ampla de reflexões, pois o filme é apenas o começo de uma cauda longa que envolve os realizadores, os espectadores e os críticos de cinema.

Fim,espero ter te ajudado.

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