Olá Ana Carla!
Transformar a escola, de modo a torna-la de fato inclusiva, é uma proposta revolucionária que requer ousadia. Trata-se de uma reforma estrutural e organizacional que desafia a cultura da homogeneização e da meritocracia que resulta em exclusão a partir do reconhecimento do direito de todos à educação. Ou seja, é isso mesmo: não tem a ver só com as pessoas com deficiência; tem a ver com todo mundo – independentemente de credo, raça, gênero, condição econômica, social, cultural, física, mental, sensorial, linguística… Todos, sem exceção, têm o direito de aprender e se desenvolver num mesmo espaço, em igualdade de condições. E para que tal mudança, tão radical, seja possível, é preciso envolver a gestão da escola, a equipe (docentes e não docentes), os estudantes, os familiares, voluntários, parceiros, enfim, todo mundo também.
Uma estratégia potente neste sentido tem sido a formação continuada. Esta, ao contrário do que a maioria pensa, não tem a ver, necessariamente, com um saber que vem de fora para dentro da escola. Muito mais que capacitação técnica, a formação continuada se constitui como um espaço de reflexão, articulando novos saberes à análise sistemática dos arranjos e situações que compõe o cotidiano escolar. Um ponto de partida pode ser explorar coletivamente os princípios da educação inclusiva. Há vários textos e vídeos no DIVERSA que podem disparar e subsidiar discussões interessantes neste sentido e fomentar a reflexão [para a transformação] dos valores e práticas vigentes na escola. Sugerimos que você dê uma olhada nos estudos de caso. Muitos deles podem ser inspiradores e servir como estratégia de sensibilização. Este artigo, sobre a naturalização da exclusão de pessoas com deficiência, também é bastante provocativo, podendo fomentar boas discussões neste sentido. O passo seguinte pode ser a análise conjunta da realidade da escola para a identificação de barreiras e possibilidades em relação ao estabelecimento de uma cultura inclusiva, como sugere este artigo.
Quanto aos estudantes, a Coletânea de Práticas de 2015 Site externo apresenta um projeto desenvolvido em Cuiabá no qual foram criados espaços de discussão sobre inclusão e integração e o resultado foi o empoderamento dos adolescentes que passaram a cobrar mudanças dos professores nas práticas em sala de aula. Também há um outro relato sobre como o preconceito pode fazer parte do currículo da escola.
Esperamos que as sugestões acima sejam úteis. Conte-nos sobre isso e continue participando da comunidade. Você é muito bem-vinda aqui.
Raquel Paganelli – Equipe Diversa
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isso tem pergunta ou só é o texto
msolindap5ujm0:
foi errado, desculpe
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