Olá!
Além de ser uma linguagem artística, o grafite tornou-se instrumento de que?
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Resposta:
O grafite é um tipo de arte urbana caracterizado pela produção de desenhos em locais públicos como paredes, edifícios, ruas, etc.
É bastante usado como forma de crítica social, e, além disso, é uma maneira de intervenção direta na cidade, democratizando assim, os espaços públicos.
O termo grafite, de origem italiana graffito - plural graffite - significa “escrita feita com carvão”.
Se falarmos sobre os primórdios do grafite, teremos que voltar milhares de anos, quando os homens faziam inscrições nas cavernas. Há exemplos de intervenções feitas em locais públicos já na época do Império Romano.
Na contemporaneidade, essa manifestação artística está relacionada principalmente ao hip-hop, movimento cultural que teve início no começo dos anos 70 nos EUA pelas comunidades latinas, afro-americanas e jamaicanas.
No hip-hop são três as vertentes da arte: rap (música), breakdance (dança) e grafite (pintura mural).
Frame da série The Get Down (Netflix), que contextualiza o surgimento do hip hop e do grafite nos EUA nos anos 70
O bairro novaiorquino do Bronx foi o berço do grafite, onde os primeiros desenhos foram feitos com tinta spray. Naquela época, os jovens utilizavam a arte nas ruas como forma de protesto.
A história do grafite no Brasil surgiu na década de 70, precisamente na cidade de São Paulo. ELA NASCE numa época conturbada da história do Brasil, em que a população era silenciada pela censura com a ditadura militar no poder.
Paralelamente ao movimento que despontava em Nova Iorque, o grafite surge no cenário nacional como uma arte transgressora. A linguagem da rua não pede licença e grita nas paredes da cidade os incômodos de uma geração.
A partir de então, a arte de grafitar se transforma em um importante veículo de comunicação urbana e colabora para a existência de outras vozes. Outros sujeitos históricos e ativos passam a ter a chance de participar artística e politicamente da cidade.
É importante ressaltar que o grafite, inicialmente, foi uma arte caracterizada pela autoria anônima. O grafiteiro - ou writter - transformava a cidade em um suporte de comunicação artística sem delimitação de espaço, mensagem ou mensageiro.
Portanto, a preocupação naquele momento era a arte em si e não o nome de seu autor. Por esse motivo, os ditos "cânones" são retirados de sua posição central para dar lugar a uma arte de todos e para todos.
Assim, desde a década de 70, os grafiteiros brasileiros se apropriaram do espaço público a fim de transmitirem mensagens de cunho político, social, cultural, humanitário e, sobretudo, artístico.
Um importante nome do grafite no Brasil foi o artista Alex Vallauri (1949-1987), considerado precursor do movimento no país. Ele utilizou diversos suportes para estampar sua arte, além dos muros e paredes da cidade. Seus desenhos eram simples e objetivos em meio ao caos urbano, facilitando a compreensão da mensagem.
O desenho dessa bota fez história nos anos 80 no Brasil. Alex Vallauri é considerado o pioneiro do movimento do grafite no país
A arte nesse momento, passa a ser não somente vista dentro dos museus ou dos centros culturais, mas também nas paredes das ruas, nos túneis e nos prédios da cidade.
Com efeito, o grafite é definido como mais que uma linguagem artística, torna-se assim, um importante instrumento de protesto e de transgressão dos valores estabelecidos.
Esse tipo de expressão possibilitou a comunicação entre os moradores da cidade, a união de muitas culturas que coexistem; em outras palavras, facilitou a fusão entre o centro e a periferia.
No Brasil, essa arte disseminou-se rapidamente pelo país e, hoje em dia, segundo estudiosos do tema, o grafite brasileiro é considerado um dos melhores do mundo.
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