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Por que no Brasil tem pessoas que tem água e outras não?
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Segundo a Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, o território brasileiro contém cerca de 12% de toda a água doce do planeta. O país detém 200 mil microbacias espalhadas em 12 regiões hidrográficas, como a Amazônica — a mais extensa do mundo, sendo 60% dela dentro do Brasil. Entretanto, essa abundância não significa que o recurso seja inesgotável.
“Acreditamos que a água sempre estará disponível, mas sabemos hoje que isso não é verdade”, adverte Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil. “Um dos problemas é que a disponibilidade de água é muito desigual: a região Norte tem 6% da população e 70% da água doce; já o Sudeste tem 40% da população e 6% da água doce, enquanto o Nordeste possui pouco mais de 3% da água doce e 29% da população”, compara.
Vale atenção para alguns dados:
Boa parcela da população (34 milhões de brasileiros) não tem acesso à rede de abastecimento de água potável.
Em 2015, 170,55 milhões de pessoas (83,6%) tinham acesso à rede de abastecimento de água com canalização interna e 129,22 milhões (63,3%) à rede coletora de esgotos ou fossa séptica ligada à rede.
O país joga, diariamente, na natureza, cerca de 5 mil piscinas olímpicas de esgoto não tratado, prejudicando diretamente a saúde da população e causando transtornos ambientais.
O Brasil registra grande desperdício de seus recursos hídricos: 20% a 60% da água tratada para consumo se perde na distribuição.
O problema aumenta com as perdas de água: vazamentos, erros de leitura de hidrômetro e/ou furtos, os famosos “gatos” (em média, 37% das perdas).
“Temos o costume de olhar para os rios como se fossem nossos quintais, depositando todo tipo de coisa que não queremos mais”, lamenta o presidente do Instituto Trata Brasil. “Quando o brasileiro conhecer mais o problema e se identificar mais com a água, olhando-a como um bem precioso e fundamental para garantir o bem-estar social, a conscientização acontecerá de maneira natural”, ele observa.
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Ações para reduzir o desperdício
Em documento sobre a água no Brasil, o Ministério do Meio Ambiente alerta para a premência de atentar para esse recurso cada vez mais ameaçado, e sugere ações para reduzir o desperdício.
Veja algumas delas:
No setor industrial: introduzir técnicas de reúso de água e de equipamentos de controle do volume nos diferentes processos.
Na agricultura: usar equipamentos e métodos de irrigação capazes de diminuir o desperdício; adotar medidas para conter a poluição decorrente dessas atividades: menor uso de agrotóxicos e fertilizantes; controle de erosão de solos e de assoreamento de cursos d’água.
No uso doméstico: mudar os hábitos da população e tornar os sistemas de abastecimento mais eficientes.
‘Temos o costume de olhar para os rios como se fossem nossos quintais, depositando todo tipo de coisa que não queremos mais’ — Édison Carlos, presidente-executivo do Instituto Trata Brasil
Iniciativas sustentáveis
As crises recentes de abastecimento de água no Brasil serviram para alertar sociedade e governo sobre a necessidade de utilizar o recurso de forma consciente e de adotar uma gestão estratégica, uma vez que a agricultura — que requer grande consumo de água pela irrigação — é extremamente importante para a economia do país, e cerca de 70% da matriz elétrica é hidráulica. Por isso, tecnologias de conservação e reúso da água já vêm sendo adotadas por organizações e indústrias de diferentes setores.
Na agricultura brasileira, de acordo como Édison Carlos, o tema ainda precisa avançar muito: a atividade ainda utiliza técnicas de irrigação insustentáveis, como os grandes pivôs em que boa parte da água evapora. “A irrigação por gotejamento é um avanço, mas precisa ser mais bem difundida para as grandes plantações”, aponta.
Em áreas urbanas, o esforço ainda é tímido. O esgoto começa a ser tratado em iniciativas isoladas para irrigar parques e jardins, centros esportivos, campos de futebol, canteiros de ruas e estradas, em fontes decorativas e em descargas de banheiros. Na opinião de Carlos, o cidadão precisa participar das discussões, exigindo que as prefeituras elaborem seus planos municipais de saneamento básico para garantir estabilidade hídrica e melhor gestão das águas.
Na indústria, as águas de reúso vêm sendo empregadas em torres de resfriamento, caldeiras, construção civil, irrigação de áreas verdes de fábricas, lavagens de pisos e peças e em outros processos. “O setor industrial sempre esteve à frente na questão do melhor aproveitamento das águas de processo, até porque é um fator de custo”, diz o presidente do Instituto Trata Brasil.
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