Português, perguntado por guilherme6152, 1 ano atrás

Observem como fica a primeira estrofe do texto 7 na ordem direta

Soluções para a tarefa

Respondido por eulucioaraujo
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Olá!


Como podemos ver na desconstrução do hipérbato da primeira estrofe do poema "Profissão de Fé", de Olavo Bilac, que segue no rodapé desta resposta, o eu poético se isenta da obrigação de ter que despender seu trabalho braçal e sua força laboral para erguer uma estátua de mármore.

Na estrofe que segue, ele demonstra desejar que outro, não ele, exerça a função de lapidar o material para erguer aquela que representaria "o altivo porte de Atene".


Espero ter ajudado, um abraço! :)


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PROFISSÃO DE FÉ

(Olavo Bilac)


Não quero o Zeus Capitolino

Hercúleo e belo,

Talhar no mármore divino

Com o camartelo.


Que outro - não eu! - a pedra corte

Para, brutal,

Erguer de Atene o altivo porte

Descomunal.



Mais que esse vulto extraordinário,

Que assombra a vista,

Seduz-me um leve relicário

De fino artista.


Invejo o ourives quando escrevo:

Imito o amor

Com que ele, em ouro, o alto relevo

Faz de uma flor.


Imito-o. E, pois, nem de Carrara

A pedra firo:

O alvo cristal, a pedra rara,

O ônix prefiro.


Por isso, corre, por servir-me,

Sobre o papel

A pena, como em prata firme

Corre o cinzel.


Corre; desenha, enfeita a imagem,

A idéia veste:

Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem

Azul-celeste.


Torce, aprimora, alteia, lima

A frase; e, enfim,

No verso de ouro engasta a rima,

Como um rubim.


Quero que a estrofe cristalina,

Dobrada ao jeito

Do ourives, saia da oficina

Sem um defeito:


E que o lavor do verso, acaso,

Por tão subtil,

Possa o lavor lembrar de um vaso

De Becerril.


E horas sem conto passo, mudo,

O olhar atento,

A trabalhar, longe de tudo

O pensamento.


Porque o escrever - tanta perícia,

Tanta requer,

Que oficio tal... nem há notícia

De outro qualquer.


Assim procedo. Minha pena

Segue esta norma,

Por te servir, Deusa serena,

Serena Forma!


Deusa! A onda vil, que se avoluma

De um torvo mar,

Deixa-a crescer; e o lodo e a espuma

Deixa-a rolar!


Blasfemo> em grita surda e horrendo

Ímpeto, o bando

Venha dos bárbaros crescendo,

Vociferando...


Deixa-o: que venha e uivando passe

- Bando feroz!

Não se te mude a cor da face

E o tom da voz!


Olha-os somente, armada e pronta,

Radiante e bela:

E, ao braço o escudo> a raiva afronta

Dessa procela!


Este que à frente vem, e o todo

Possui minaz

De um vândalo ou de um visigodo,

Cruel e audaz;


Este, que, de entre os mais, o vulto

Ferrenho alteia,

E, em jato, expele o amargo insulto

Que te enlameia:


É em vão que as forças cansa, e â luta

Se atira; é em vão

Que brande no ar a maça bruta

A bruta mão.


Não morrerás, Deusa sublime!

Do trono egrégio

Assistirás intacta ao crime

Do sacrilégio.


E, se morreres por ventura,

Possa eu morrer

Contigo, e a mesma noite escura

Nos envolver!


Ah! ver por terra, profanada,

A ara partida

E a Arte imortal aos pés calcada,

Prostituída!...


Ver derribar do eterno sólio

O Belo, e o som

Ouvir da queda do Acropólio,

Do Partenon!...


Sem sacerdote, a Crença morta

Sentir, e o susto

Ver, e o extermínio, entrando a porta

Do templo augusto!...


Ver esta língua, que cultivo,

Sem ouropéis,

Mirrada ao hálito nocivo

Dos infiéis!...


Não! Morra tudo que me é caro,

Fique eu sozinho!

Que não encontre um só amparo

Em meu caminho!


Que a minha dor nem a um amigo

Inspire dó...

Mas, ah! que eu fique só contigo,

Contigo só!


Vive! que eu viverei servindo

Teu culto, e, obscuro,

Tuas custódias esculpindo

No ouro mais puro.


Celebrarei o teu oficio

No altar: porém,

Se inda é pequeno o sacrifício,

Morra eu também!


Caia eu também, sem esperança,

Porém tranqüilo,

Inda, ao cair, vibrando a lança,

Em prol do Estilo!

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