Observe o poema a seguir:
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três… trinta e três… trinta e três…
— Respire.
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino
Considerando as informações apresentadas, avalie as afirmações a seguir.
I – No poema destaca-se a variação linguística regional, uma vez que Manuel Bandeira nasceu em Recife.
II – A variação linguística encontrada no poema é a social, caracterizada pela linguagem médica.
III – A presença de repetições e pausas é própria da oralidade e indica variação ligada ao meio oral.
IV – O poema foi escrito em linguagem formal, característica única da variação de grupos sociais.
É correto apenas o que se afirma em:
( ) II e III.
( ) I.
( ) IV.
( ) I e II.
III e IV.
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Resposta:
o correto é a II e III
Explicação:
No poema encontram-se expressões como “hemoptise, dispneia”, “escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado” e “pneumotórax”, utilizadas por médicos ou pessoas que usam a linguagem médica para se comunicar.
Além disso, a presença de repetições e pausas no poema, como vemos nos trechos “tosse, tosse, tosse” e “Trinta e três… trinta e três… trinta e três…” indica que paciente e doutor estão conversando, ou seja, são características da oralidade.
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