Observe o fragmento a seguir, retirado do conto Teleco, o coelhinho, de Murilo Rubião. — Moço, me dá um cigarro? A voz era sumida, quase um sussurro. Permaneci na mesma posição em que me encontrava, frente ao mar, absorvido com ridículas lembranças. O importuno pedinte insistia: — Moço, oh! moço! Moço, me dá um cigarro? Ainda com os olhos fixos na praia, resmunguei: — Vá embora, moleque, senão chamo a polícia. — Está bem, moço. Não se zangue. E, por favor, saia da minha frente, que eu também gosto de ver o mar. Exasperou-me a insolência de quem assim me tratava e virei-me, disposto a escorraçá-lo com um pontapé. [...] RUBIÃO, Murilo. Para gostar de ler – contos. 13. ed. São Paulo: Ática, 1998. p. 48-49. v. 9. (Fragmento) A gramática normativa prescreve que a próclise (pronome antes do verbo) deve ser utilizada quando o verbo é precedido por uma palavra que atraia o pronome átono; em orações iniciadas por palavras exclamativas, interrogativas; em orações que exprimem desejo. Já a mesóclise (pronome no meio do verbo) é usada quando o verbo estiver no futuro do presente ou do pretérito, desde que não haja a possibilidade de próclise. Finalmente, a ênclise (pronome depois do verbo) deve ser utilizada quando não houver possibilidade de próclise ou mesóclise, principalmente em início de frase ou após sinal de pontuação. Relacionando-se essas regras ao texto de Murilo Rubião, deduz-se que a
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utilização do pronome átono, entre os falantes, nem sempre corresponde ao que determina a gramática, tendo em vista as falas da personagem no início do texto. Correto
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utilização do pronome átono, entre os falantes, nem sempre corresponde ao que determina a gramática, tendo em vista as falas da personagem no início do texto.
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