ENEM, perguntado por flavinhomatado47, 6 meses atrás

OBSERVE: MORTE(Hora de delírio) Pensamento gentil de paz eterna,Amiga morte, vem. Tu és o termo De dois fantasmas que a existência formam,— Dessa alma vã e desse corpo enfermo. Pensamento gentil de paz eterna, Amiga morte, vem. Tu és o nada, Tu és a ausência das moções da vida, Do prazer que nos custa a dor passada. Pensamento gentil de paz eterna, Amiga morte, vem. Tu és apenas A visão mais real das que nos cercam, Que nos extingues as visões terrenas.(...) Amei-te sempre: — e pertencer-te quero Para sempre também, amiga morte. Quero o chão, quero a terra — esse elemento;Que não se sente dos vaivéns da sorte. Para tua hecatombe de um segundo Não falta alguém? — Preenche-a tu comigo. Leva-me à região da paz horrenda, Leva-me ao nada, leva-me contigo. Miríadas de vermes lá me esperam Para nascer de meu fermento ainda. Para nutrir-se de meu suco impuro, Talvez me espera uma plantinha linda. Vermes que sobre podridões refervem, Plantinha que a raiz meus ossos ferra, Em vós minha alma e sentimento e corpo Irão em partes agregar-se à terra. E depois nada mais. Já não há tempo, Nem vida, nem sentir, nem dor, nem gosto. Agora o nada, — esse real tão belo Só nas terrenas vísceras deposto. FREIRE, Junqueira. DESCREVA AS IMAGENS CRIADAS AO LER O TEXTO EM SEGUIDA DEFINA O PENSAMENTO DO AUTOR BASEADA NAS CARACTERÍSTICAS ULTRARROMÂNTICAS FAZENDO AS ASSOCIAÇÕES ACHADAS NO TEXTO.

Soluções para a tarefa

Respondido por melbali
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Resposta:

Explicação:

Pensamento gentil de paz eterna,

Amiga morte, vem. Tu és o termo

De dois fantasmas que a existência formam,

— Dessa alma vã e desse corpo enfermo.

Pensamento gentil de paz eterna,

Amiga morte, vem. Tu és o nada,

Tu és a ausência das moções da vida,

Do prazer que nos custa a dor passada.

Pensamento gentil de paz eterna,

Amiga morte, vem. Tu és apenas

A visão mais real das que nos cercam,

Que nos extingues as visões terrenas.

(...)

Amei-te sempre: — e pertencer-te quero

Para sempre também, amiga morte.

Quero o chão, quero a terra — esse elemento;

Que não se sente dos vaivéns da sorte.

Para tua hecatombe de um segundo

Não falta alguém? — Preenche-a tu comigo.

Leva-me à região da paz horrenda,

Leva-me ao nada, leva-me contigo.

Miríadas de vermes lá me esperam

Para nascer de meu fermento ainda.

Para nutrir-se de meu suco impuro,

Talvez me espera uma plantinha linda.

Vermes que sobre podridões refervem,

Plantinha que a raiz meus ossos ferra,

Em vós minha alma e sentimento e corpo

Irão em partes agregar-se à terra.

E depois nada mais. Já não há tempo,

Nem vida, nem sentir, nem dor, nem gosto.

Agora o nada, — esse real tão belo

Só nas terrenas vísceras deposto.

(...)

Publicado no livro Obras Póstumas (1868*). Poema integrante da série Contradições Poéticas.

In: GRANDES poetas românticos do Brasil. Pref. e notas biogr. Antônio Soares Amora. Introd. Frederico José da Silva Ramos. São Paulo. LEP, 1959. v.2, p.62-6

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