Sociologia, perguntado por bernardo8830, 10 meses atrás

o texto informativo da erva-mate​

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Respondido por arthurluz08092009
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A erva-mate (nome científico: Ilex paraguariensis), também chamada mate ou congonha,[1] é uma árvore da família das aquifoliáceas, originária da região subtropical da América do Sul. É consumida como chá mate (quente ou gelado), chimarrão ou tereré no Brasil, no Paraguai,[2] na Argentina, no Uruguai, na Bolívia e no Chile.

É considerada árvore símbolo do Rio Grande do Sul conforme lei nº 7.439, de 8 de dezembro de 1980.[3]. Também é parte integrante dos símbolos do Estado do Paraná, estando representada, com um ramo da planta, na bandeira e no brasão estaduais (Decreto-Lei Estadual nº 2.457, de 31 de março de 1947).[4]

"Mate" deriva do termo quéchua mati, que designa o recipiente onde é bebido o chimarrão.[5] "Congonha" deriva do tupi kõ'gõi, que significa "o que mantém o ser".[6]

O nome científico Ilex paraguariensis foi dado em 1820 pelo botânico francês Auguste de Saint-Hilaire após entrar em contato com a planta pela primeira vez no Paraguai. Depois de descobrir que era na região do Paraná que a erva crescia em maior quantidade e qualidade, ele se retratou dizendo que deveria tê-la nomeado Ilex brasiliensis.[7]

Pode atingir doze metros de altura. Tem caule cinza, folhas ovais e fruto pequeno e verde ou vermelho-arroxeado. As plantas só se reproduziam por meio de pássaros da região, que ingeriam o pequeno fruto e defecavam sua semente. A plântula é muito sensível ao sol, tanto que, mesmo no plantio moderno, a técnica exige sombreamento até que a planta atinja alguma maturidade.

Atualmente, existem viveiros que produzem mudas de variedades selecionadas, cujo plantio é feito com técnicas especiais em grandes hortos. Para facilitar a colheita anual dos ramos, a árvore é severamente podada para manter-se com não mais de três metros de altura. Dessa forma, evitam-se plantas altas que dificultem a colheita das folhas jovens, consideradas nobres na infusão do chá-mate. Outra prática bastante popular no planalto curitibano, habitat original da erva-mate, é conciliar o plantio da araucária com o da erva-mate. Técnicas como essa são comuns para um controle ambiental mais rígido e para evitar o desgaste do solo.

Até meados do século XX, o processo de produção, no Brasil, era semelhante ao método indígena para a obtenção do produto final, sendo as etapas divididas em corte, sapeco (chamuscamento) e secagem. Quanto à secagem, existem duas formas:[8]

o carijo, processo rústico utilizado pelos indígenas (a denominação foi determinada pelos guaranis, referindo-se ao "jirau" - armação de madeira semelhante a estrado ou palanque - onde se colocava a erva) utilizando uma espécie de estrado feito de varas e cipó nos quais se colocavam as folhas, as quais deveriam secar durante horas sobre um braseiro;[9]

o barbaquá, uma elaboração adaptada para uma maior produção, exigindo maiores investimentos do empresário, muito utilizado a partir do século XX. Neste processo, as folhas secavam com o calor transportado através de um túnel de alvenaria, sendo a fumaça desviada para que a mesma não deixasse gosto e cheiro na folha.

Por fim, ocorre o cancheamento (picotamento) e a separação das folhas.

Os guaranis da região nordeste da Argentina parecem ter sido os descobridores do uso da erva-mate. No século 16, os guaranis passaram este conhecimento aos colonizadores espanhóis, que o disseminaram por todo o Vice-Reino do Rio da Prata. A erva chegou a ser proibida no sul do Brasil durante o século XVI, sendo considerada "erva do diabo" pelos padres jesuítas das reduções do Guayrá. A partir do século XVII, no entanto, os jesuítas passaram a incentivar o seu uso pelos índios com o objetivo de afastá-los das bebidas alcoólicas.[10]

Por volta de 1690, Anton Sepp, jesuíta austríaco, ao encontrar índios na Banda dos Charruas, conta: "(...) um deles pediu apenas um pouquinho de uma erva paraguaia que não é outra coisa senão as folhas secas de determinada árvore, moídas em pó. Esse pó os índios deitam na água e dele bebem (...)"[11] Sabe-se assim que para além da utilização da erva-mate em folha também existe a sua utilização em pó (resultado da moagem da folha).

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