O texto de Peres ( 2007) “A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E O ANALFABETISMO ENTRE IDOSOS NO SEMI-ÁRIDO NORDESTINO: VELHICE E EXCLUSÃO EDUCACIONAL NO CAMPO” trata da questão da exclusão a que estão submetidos os adultos, evidenciada pelas altas taxas de analfabetismo adulto, que acomete principalmente a população idosa que reside ou residiu nas áreas rurais, evidencia o caráter desumano do Estado capitalista, exacerbado nos países pouco urbanizados/industrializados, chamados de "países em desenvolvimento”, a exemplo do Brasil e dos demais países da América Latina. Esse desprezo histórico pelo social existente em nosso país – que já fora apontado por autores como Evaldo Vieira (1987), em Estado e miséria social no Brasil, e Raymundo Faoro (1997), em Os donos do poder, dentre outros – pode ser compreendido como uma tendência estrutural da dinâmica política brasileira. E não há dúvidas de que esse modelo ainda persiste em nosso contexto político e educacional. Vejamos, por exemplo, o discurso do ex-senador Darcy Ribeiro, autor do projeto da atual LDB, proferido na 29ª reunião da SBPC de 1977, realizada em São Paulo e publicada no ano seguinte, no número I da revista Encontros com a Civilização Brasileira, sob o título de “Sobre o Óbvio”, na página 21:
Quem pensar um minuto que seja sobre o tema, verá que é óbvio que quem acaba com o analfabetismo adulto é a morte. Esta é a solução natural. Não se precisa matar ninguém não se assustem! Quem mata é a própria vida que traz em si o germe da morte. Todos sabem que a maior parte dos analfabetos está concentrada nas camadas mais velhas e mais pobres da população. Sabe-se, também, que esse pessoal vive pouco, porque come pouco. Sendo assim, basta esperar alguns anos e se acaba com o analfabetismo. Mas só se acaba com a condição de que não se produzam novos analfabetos. Para tanto, tem-se que dar prioridade total, federal, à não-produção de analfabetos. Pegar, caçar todos os meninos de sete anos para matricular na escola primária, aos cuidados dos professores capazes e devotados, a fim de não produzir mais analfabetos. Porém, se se escolarizasse a criançada toda, e se o sistema continuasse matando os velhinhos analfabetos com que contamos [sic], aí pelo ano 2000 não teríamos mais um só analfabeto. Percebem agora onde está o nó da questão? (apud ROMÃO, 2007, p. 42).
Observamos que o que foi sugerido por Darcy Ribeiro na ocasião parece estar sendo posto em prática pelo Estado brasileiro, principalmente na lei 9394/96, que leva o nome do ex-senador e antropólogo. Deixar morrer os velhos pobres e analfabetos acabaria com o analfabetismo, uma vez que as gerações mais novas teriam total garantia de acesso à escola. O que não levou em conta Darcy, na época, é que algumas regiões do país, diferentemente do que ocorre no estado de São Paulo, ainda não desenvolveram o suficiente o meio urbano-industrial para que pudessem superar a precariedade de infraestrutura que caracteriza o Brasil, principalmente em termos educacionais.
De acordo com a Constituição Federal do Brasil promulgada em 1988 estabeleceu em seu artigo 205 que a educação visa ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu exercício de cidadania e sua qualificação para o trabalho, está afirmação muito pouco foi efetivada para a população adulta, pois estes ainda apresentam elevadas taxas de analfabetismo.
As pesquisas apresentadas pelo IBGE e demais órgãos, informam que apesar das ações colocadas em vigor ao longo da trajetória da educação de jovens e adultos, ainda temos taxas significativas, de analfabetismo, principalmente entre a população com elevada faixa etária.
PROPOSTA DA ATIVIDADE
Elabore um texto com no mínimo 10 e no máximo 20 linhas,aproximadamente comentando sobre as taxas de analfabetismo na atualidade , apontando as causas de tal realidade, destacando a população com elevada faixa etária
Após a leitura do texto aponte:
1) segundo sua percepção a causa de tal realidade
Após a leitura do texto aponte:
2) o que pode ser implementado para reduzir estas taxas em relação a população mais idosa.
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Na região conhecida como semiárido nordestino - mais especificamente no interior do Estado do Rio Grande do Norte -, encontramos algumas das maiores taxas de analfabetismo do Brasil, verificadas principalmente entre as pessoas mais velhas e mais pobres. regiões nordestinas do semiárido do Rio Grande do Norte e da zona cacaueira do Sul da Bahia, consideradas nesta pesquisa, são historicamente conhecidas como áreas de exclusão social. Marcadas pela predominância do analfabetismo que atinge principalmente as populações mais idosas, de cor negra e parda, do sexo feminino, e os residentes nas áreas rurais. A relação existente entre latifúndio, ambas as regiões se caracterizam por uma grande desigualdade social e uma elevada concentração de renda. A exclusão educacional aí verificada serve para ampliar ainda mais as diferenças sociais, criando uma elite letrada e culta, que contrasta com uma massa de indivíduos analfabetos e pouco escolarizados.A inexistência, no Brasil, de políticas educacionais direcionadas à velhice e ao analfabetismo pode ser observada na ausência dessas questões nas leis específicas, como a LDB (da educação) e o Estatuto do Idoso (da velhice). Por fim, a compreensão da problemática sob a ótica da Sociologia representa contribuição teórica relevante para os estudos educacionais.
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