O telefone pegou-a de surpresa. Atendeu com impaciência, os olhos presos a um livro que tinha nas mãos, uma história policial que não conseguia parar de ler era bom estar sozinha, lendo um livro de suspense numa noite de ventania. O sábado já estava quase no fim e ela ali, presa àquelas páginas. O som do telefone era uma intromissão, um estorvo. Atendeu a contragosto.
POR FAVOR ME AJUDEM, continuando a narração!
Soluções para a tarefa
Resposta:
-Alô? - Disse, meio impaciente.
Era Karoline, a melhor amiga, alegando que tinha a fofoca mais quente do momento para compartilhar. Isso, é claro, não a deixou nada empolgada, afinal odiava mexericos e nada de interessante acontecia naquela cidadezinha.
-Nancy é sério! Rachel Gutiérrez foi encontrada morta atras do Bar de Angel, perto das latas de lixo! E a parte mais horripilante é que o coração fora arrancado do peito e tinham símbolos satânicos no corpo dela.
Rachel Gutiérrez era a prostituta mais procurada pelos homens da cidade. Uma mulher que nasceu em berço de ouro, mas que nunca se encaixou como moralista. Era uma rebelde sem causa, como muitos diziam, não tinha razões para vender o corpo, porem o fazia.
Nancy pensou em todas essas informações e sentiu o coração disparar e as narinas inflarem.
-Já sabem quem ira investigar o caso? Soube que o xerife ainda está no hospital e nossos policiais são uma piada da incompetência.
-Você não vai acreditar! Bill me contou que Jack Stuart voltará a nossa cidade só para resolver o caso. - Karoline sempre fora uma revista de fofocas ambulante, especialmente depois que começou a sair com Bill, um dos policiais. Ela conseguia arrancar dele todos os detalhes de crimes cometidos pela região.
No entanto, o que deixou Nancy boquiaberta, fora a chegada iminente de Jack. Por Deus, ela não o via desde o ensino médio! Eles haviam namorado durante todo aquele tempo, mas então ele a deixou e fora fazer faculdade em
Los Angeles. Ela não o culpava por querer deixar para trás aquela cidade sem futuro, mas precisava deixa-la também para trás sem ao menos se despedir?
Ela soubera que ele e o pai haviam cortado relações depois de uma briga horrível e por isso Jack jamais retornara. Entretanto, não explicava ele te-la abandonado.
-Você acha que Jack me deixara escrever sobre a investigação?
-Mas é claro, Nancy! Você é a melhor jornalista local e alguém precisa matar a curiosidade do povo. Só não consigo entender como você pode ser jornalista e detestar fofocas! - Disse ela com uma risadinha irritante.
-Quando se trata de fatos importantes e que necessitam de esclarecimento, eu não me importo de informar. Alem do mais, você sabe que pretendo escrever livros sobre investigação policial, um dia.
-Bem, então esteja na porta da delegacia amanha, bem cedo, se quiser acompanhar os detalhes ao lado do detetive Jack.
-Eu estarei. Obrigado por me contar, você seria uma repórter excelente. Até mais.
Nancy voltou a sentar na poltrona, já sem interesse em seu livro, as mãos suavam e a mente mergulhava em lembranças e planejamentos. Ela sentiu um prazer diabólico ao se ver empolgada depois de anos em piloto automático, sem nada de extraordinário acontecendo em sua vida, mesmo com a morte de Rachel.
Calafrios desceram por sua espinha quando ela deu-se conta de que estava feliz com o assassinato daquela mulher. Era doentio e cruel, mas aquele acontecimento trouxe possibilidades atraentes a sua vida.
-Parece que o domingo não será só mais um mero domingo, afinal. - Falou baixinho com um lunático sorriso.
Explicação: