O século XX foi marcado pelo surgimento de diversos Estados autoritários ao redor do mundo. Casos como o da Alemanha nazista e a União Soviética Stalinista são amplamente estudados pela historiografia e estão sempre em pauta quando assistimos filmes e seriados. No entanto, outros Estados autoritários surgiram no século XX e permanecem até os dias de hoje no poder. É o caso, por exemplo da China. Ao tornar-se uma das maiores potências econômicas e militares do mundo os chineses atraíram as atenções para si, proporcionando o desenvolvimento de diversas pesquisas. Entre essas pesquisas apresentamos abaixo um pequeno excerto do artigo de Jonathan Unger da Universidade Nacional da Austrália, apesar de breve é possível deduzirmos diversas informações importantes acerca do regime autoritário chinês. Assim, analise com atenção:
“Na literatura sobre democratização, o surgimento de uma grande classe média costuma ser considerado pré-requisito do desenvolvimento da sociedade civil e de uma democracia que funcione bem. Na Ásia oriental, os casos de Taiwan e da Coreia do Sul foram destacados como exemplos. Mas a China é um contraexemplo. Lá, a classe média instruída foi cooptada e serve de base social da atual liderança antidemocrática do país. [...] a China continua a ser governada por um regime autoritário, que mantém o domínio não tanto pela força, mas pela legitimidade. Especificamente, a influente classe média urbana tem pouco gosto pela democracia [...] Ao contrário da hipótese da ciência política de que o crescimento da classe média instruída = democratização, a classe média da China apoia o status quo não democrático”.
UNGER, Jonathan. O regime autoritário da China e sua base social: a classe média urbana. In: ROLLEMBERG, Denise e QUADRAT, Samantha (orgs.) A construção social dos regimes autoritários: África e Ásia, V.III. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010. p. 265.
Sem sombra de dúvidas é possível afirmar que não podemos compreender o nosso contexto atual sem analisarmos a China, a sua participação e influência mundial impossibilita tal feito. O excerto apresentado do texto de Jonathan Unger, nos ajuda a compreender diversos elementos acerca da situação política da China, assim como, de algumas ideias da própria ciência política. Sendo assim, com base no excerto analise as afirmativas a seguir:
I. Para o autor Jonathan Unger, a grande classe média chinesa é uma das principais estruturas sociais de manutenção do regime autoritário chinês.
II. A passagem do texto “que mantém o domínio não tanto pela força, mas pela legitimidade” tem como objetivo demonstrar que o poder do governo da China não é adquirido pela força, pois, é o apoio da sociedade como um todo que gera um ambiente democrático de legitimação do poder.
III. A hipótese de que uma classe média costuma ser pré-requisito para o desenvolvimento de uma sociedade democrática é falha, tendo em vista que não existem exemplos que possam comprovar tal hipótese.
IV. A partir do excerto apresentado, é possível afirmamos que para Jonathan Unger, a China apresenta-se como um exemplo contrário a hipótese da ciência política, de que um país com uma classe média bem desenvolvida e instruída colabora para o processo de democratização de um país.
É correto o que se afirma em:
Alternativas
Alternativa 1:
I, apenas.
Alternativa 2:
I e III, apenas.
Alternativa 3:
I e IV, apenas
Alternativa 4:
II e IV, apenas.
Alternativa 5:
I, III e IV, apenas.
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Marquei a alternativa 3.
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