O saber produzido pelo iluminismo não conduzia à emancipação e sim à técnica e ciência moderna que mantêm com seu objeto uma relação ditatorial. Se Kant ainda podia acreditar que a razão humana permitiria emancipar os homens de seus entraves, auxiliando-os a dominar e controlar a natureza externa e interna, temos de reconhecer hoje que essa razão iluminista foi abortada. A razão que hoje se manifesta na ciência e na técnica é uma razão instrumental, repressiva. Enquanto o mito original se transformava em Iluminismo, a natureza se convertia em cega objetividade. Inicialmente a razão instrumental da ciência e técnica positivista tinha sido parte integrante da razão iluminista, mas no decorrer do tempo ela se autonomizou, voltando-se inclusive contra as suas tendências emancipatórias. (B. Freitag, A teoria crítica ontem e hoje, p. 35, com adaptações) Marque o item que dá continuidade às ideias do texto, de forma coesa e coerente. Escolha uma: a. A convicção partilhada pelos que acreditam no mito original de que, ao fazer uso da razão, o homem está preparado para iluminar a ciência e a técnica, fortaleceu-se no embate objetivo com o real. b. É, assim, pela razão instrumental proposta pelo iluminismo que a ciência e a técnica convertem-se em instrumento emancipatório do homem para, não só domesticar a natureza, mas também servir de libertação moral. c. Por isso, a razão iluminista logrou seu intento ao assumir que os homens, sujeitos da história, dependem apenas de sua coragem e competência para dirigir o próprio destino. d. Nesse sentido, o sujeito abstrato da história, o iluminismo em todo seu apogeu, passou a acreditar em uma outra forma de razão emancipatória: aquela que converte a natureza externa em interna. e. Desta forma, a razão converteu-se em uma razão alienada que se desviou do seu objetivo emancipatório original, transformando-se em seu contrário: a razão instrumental, o controle totalitário da natureza e a dominação repressiva.
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É correta a alternativa E, que dá continuidade ao que é exposto no texto.
O tema do texto é uma interpretação possível da razão e da ciência na contemporaneidade, apresentada como técnica e repressiva, que limita as ações dos seres humanos aos submetê-los ao regime dado e repressivo de controle social e natural, em contraposição com o modo como era compreendida durante o Iluminismo.
Apresenta, assim, como um equívoco ou ilusão o modo como os iluministas compreendiam a razão, e vê a situação atual como a consequência necessária, mesmo que não tivesse sido antecipada, do reforço de uma perspectiva materialista do mundo.
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