O romance A Ilustre Casa de Ramires (1900), de Eça de Queirós, conta a trajetória da família do protagonista, Gonçalo Mendes Ramires. Uma das personagens do romance faz um comentário a respeito dos antepassados de Gonçalo (Texto I), aludindo a um trecho de Os Lusíadas, obra épica do escritor português Luís de Camões (Texto II). Leia os textos para responder à questão.
TEXTO I
— Assim, vocês! Por essa história de Portugal fora, vocês são uma enfiada de Ramires de toda a beleza. Mesmo o desembargador, o que comeu numa ceia de Natal dois leitões!... E apenas uma barriga. Mas que barriga! Há nela uma pujança heroica que prova raça, a raça mais forte do que promete a força humana, como diz Camões. Dois leitões, caramba! Até enternece!...
QUEIRÓS, Eça de. A Ilustre Casa de Ramires. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2000, p. 52.
TEXTO II
As armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
Um dos recursos formais mais utilizados por Eça de Queirós é a ironia. No trecho do romance, a ironia consiste
A
na equiparação do protagonista ao maior poeta de Portugal.
B
em ver beleza na família do protagonista.
C
na mistura entre história portuguesa e culinária local.
D
na referência equivocada dos versos camonianos.
E
no rebaixamento grotesco do heroísmo cantado por Camões.
Soluções para a tarefa
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Resposta:
A
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parece ser a mais certa, pelo menos eu acho
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Resposta:B
Explicação: :)
Perguntas interessantes
Explicação: O personagem do romance alude a um dos antepassados de Gonçalo, que fora capaz de comer dois leitões. Ao associá-lo aos heróis camonianos, que eram mais fortes “do que prometia a força humana”, estabelece uma equiparação entre os navegantes portugueses referidos pelo poeta ao indivíduo valente pela glutoneria. Trata-se, portanto, de uma equiparação grotesca.