"O Rio civiliza-se!" eis a exclamação que irrompe de todos os peitos cariocas. Temos a Avenida Central, a Avenida Beira Mar (os nossos Campos Elíseos), estátuas em toda a parte, cafés e confeitarias (…), um assassinato por dia, um escândalo por semana, cartomantes, médiuns, automóveis, autobus, autores dramáticos, grandmonde, demi-monde, enfim todos os apetrechos das grandes capitais. A partir do excerto, que se refere ao período da Belle Époque no Brasil, no início do século XX, é correto afirmar que: a) O Rio de Janeiro procurava apagar aspectos da época do Império e impulsionar a cultura francesa, renegada por D. Pedro II. b) A cidade expressava as contradições de um processo de transformações urbanas, sociais e políticas nas primeiras décadas da República. c) Os costumes franceses eram elementos incorporados pela sociedade carioca como sinônimo da modernização republicana obtida pelo tenentismo. d) A modernização representou um processo de exclusão social e cultural, patrocinado pelo governo francês, que financiava obras públicas e impunha os produtos franceses à população brasileira.
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É correta a alternativa B, já que o texto, que tem clara vocação satírica, associa lado a lado as reformas urbanas, como a construção das avenidas Central e Beira Mar, com a violência urbana ("um assassinato por dia").
Também ressalta as crises constantes que o governo federal vivia então (o Rio de Janeiro era, nesta época, ainda a capital do nosso país), já que passava por "um escândalo por semana", um sinal claro do quanto o processo de urbanização do Rio em particular do Brasil como um todo foi marcado por contradições profundas.
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