Português, perguntado por sammanthares, 3 meses atrás

O racismo da academia apagou a história de Dandara e Luisa Mahin Este texto é uma resposta à historiadora Ana Lucia Araujo, que considera perigosa a inclusão no Panteão da Pátria de guerreiras cuja existência não teria sido provada. O projeto, aprovado pelo Senado, ainda depende da apreciação do presidente. 4 de Junho de 2019 A escravidão interrompeu a história da África e de seus descendentes, roubando séculos de produção intelectual em troca de trabalho forçado. O Brasil só aboliu a escravidão há menos de 131 anos e é natural ver alguns nomes de heróis afro-brasileiros sendo reconhecidos cada vez mais no Panteão da Pátria, um memorial cívico inaugurado em 1986 para homenagear personalidades brasileiras. No “Livro dos heróis e heroínas da pátria”, já constam nomes como Luís Gama, Anita Garibaldi, Zumbi dos Palmares e Heitor Villa-Lobos. Recentemente, o Senado aprovou a inclusão de duas lideranças negras: Dandara, líder quilombola que articulava as estratégias de Palmares ao lado do marido, Zumbi, e Luisa Mahin, considerada uma das maiores lideranças negras contra a escravidão na Bahia do século 19, mãe do abolicionista Luís Gama. Ambas são símbolos da luta feminina contra a escravidão. Assim como a maior parte dos personagens negros, o nome dessas duas guerreiras é envolto em polêmica. Historiadores desconectados da realidade negra questionam as fontes que comprovam a existência dessas mulheres porque só há relatos esparsos das suas vidas. Ambas acabaram alvos do desinteresse de historiadores da época, e ainda hoje existe uma dificuldade imensa em recuperar suas biografias por não haver um esforço em catalogar e analisar a tradição oral como fonte historiográfica. A maior parte da vida de Dandara, por exemplo, sobreviveu na forma de lendas, segundo a Fundação Palmares. Não há registros do local onde nasceu, tampouco da sua ascendência africana. Não sobraram evidências físicas sobre a Dandara após o ataque a Palmares. Nos poucos registros, sabe-se que ela chegou no quilombo ainda menina e participava tanto das atividades corriqueiras, como caça ou agricultura, quanto das atividades de defesa e combate pelo quilombo. Ao ser presa, em 1694, decidiu que nunca seria escravizada e se jogou de uma pedreira para o abismo. A mãe de Luís Gama é tratada da mesma maneira pela história. Não existem registros oficiais de suas participações nos levantes baianos. O primeiro documento que descreve Luisa é uma carta do abolicionista endereçada ao jornalista Lúcio de Mendonça. A existência de Luisa Mahin é comprovada na descrição de seu filho Luís Gama. Segundo a historiadora Ligia Fonseca Ferreira, “a riqueza de detalhes e o testemunho pessoal atribuem veracidade a narração de Gama, ampliando as possibilidades de aceitação da personagem”. Luisa pertencia à nação nagô-jeje, originária do Golfo do Benin. Era do povo Mahin, daí seu sobrenome. Ela sempre negou o batismo e manteve suas tradições africanas acima das doutrinas cristãs. Sua casa teria sido o quartel general da Revolta dos Malês em 1835. A falta desses registros em papel, que nunca seriam obtidos de modo fácil ou que sequer existam, gera um questionamento que, a meu ver, é a face de um preconceito secular na historiografia, tema abordado em “História Geral da África I” por Joseph Ki-Zerbo, um dos mais respeitados historiadores africanos. Segundo Ki-Zerbo, os estereótipos raciais criadores de desprezo estão tão profundamente consolidados que corromperam inclusive os próprios conceitos da historiografia. A inscrição dessas duas mulheres no Panteão da Pátria não é apenas um reconhecimento das figuras históricas, mas significa uma pequena ruptura na historiografia com viés colonial, um passo em direção a valorização da tradição negra-brasileira como uma entidade histórica. Isso contribui para a construção e fortalecimento da consciência étnica do povo afro-brasileiro. Sem isso, negros e indígenas seguirão à mercê da visão de quem os manteve cativos, exatamente como diz um famoso ditado africano: “Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caça seguirão glorificando o caçador.”

Atente-se à frase "“Nos poucos registros, sabe-se que ELA CHEGOU NO QUILOMBO AINDA MENINA [...]” A oração que possui a mesma classificação que aquela em destaque é: a) O professor necessita de que o ajudem.
b) O importante é que as pessoas sejam felizes.
c) De ti, espero isto: que sejas feliz.
d) Todo querem que o aluno seja aprovado.
e) Tenho medo de que haja lágrimas.

A palavra em destaque na sequência “O Brasil só aboliu a escravidão há menos de 131 anos e é natural ver alguns nomes de heróis AFRO-BRASILEIROS sendo reconhecidos cada vez mais no Panteão da Pátria” é formada a partir do processo de: a) Prefixação
b) Justaposição
c) Aglutinação
d) Sufixação
e) Derivação Regressiva​

Soluções para a tarefa

Respondido por lud2323linda
1
tem como resumir?.........

sammanthares: eu realmente acho que não,cada detalhe tem uma coisa importante
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