O que significa dizer que a língua e um produtor social
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Soluções para a tarefa
A língua, na concepção da sociolingüística, é intrinsecamente
heterogênea, múltipla, variável, mutante, instável e está sempre em
desconstrução e reconstrução. Ao contrário de um produto pronto e
acabado, a língua é um processo, um fazer-se permanente e nunca
concluído. É uma atividade social, um trabalho coletivo, produzido
por todos os seus falantes, cada vez que eles se interagem por meio
da fala ou da escrita.
A língua, “sistema de sons vocais por que se processa numa
comunidade humana o uso da linguagem”, é renovação, pois expressa a vida. Se ela pára, pode-se dizer que el a está morta, porque a história de uma língua é a história de um povo.
Nenhuma língua permanece uniforme em todo o seu domínio
e ainda num só local apresenta um sem-número de diferenciações de
maior ou menor amplitude. Porém estas variedades não prejudicam a
unidade da língua ou a consciência daqueles que a utilizam como
instrumento de comunicação ou emoção.
Existem tantas variedades lingüísticas quantos grupos sociais
que compõem uma comunidade de fala. Essa variação pode acontecer de formas diferentes, até mesmo dentro de um único grupo social. Porém, ela não é aleatória, fortuita ou caótica, pelo contrário, apresenta-se organizada e condicionada por diferentes fatores. Essa
heterogeneidade ordenada tem a ver com a característica própria da
língua: o fato de ela ser altamente estruturada e, sobretudo, um sistema que possibilita a expressão de um mesmo conteúdo informacional por meio de regras diversas, todas, igualmente, lógicas e com
coerência funcional. É um sistema que proporciona aos falantes todos os elementos necessários para a sua plena interação sóciocultural.
A variedade de uma língua que um indivíduo usa é determinada por quem ele é. Todo falante aprendeu, tanto a sua língua materna como uma particular variedade da língua de sua comunidade
lingüística e essa variedade pode ser diferente em algum ou em todos
os níveis de outras variedades da mesma língua, aprendidas por outro
falante dessa mesma língua. Tal variedade, identificada segundo essa
dimensão, chama-se dialeto.
Na comunicação existe algo comum para o emissor e o receptor que lhes facilita a compreensão. Esse elemento é a norma lingüística que ambos os interlocutores adquirem da comunidade. A norma
é instável, pois está presa à estrutura político-social e pode mudar no
curso do tempo se o indivíduo mudar de um grupo social. A fala é a
imagem de uma norma e varia de usuário para usuário. Dessa forma,
é uma ilusão acreditar que a língua possa um dia parar, pois ela é a
imagem e a voz de um povo.
A história da língua portuguesa mostra muitas variedades lingüísticas dentro do grande território brasileiro. Do norte ao sul se fazem presentes o falar amazônico, o nordestino, o baiano, o mineiro,
o fluminense, o sulista entre outros que se subdividem, formando
uma vasta diversidade.
Há duas línguas no Brasil:
Há duas línguas no Brasil: uma que se escreve (e que recebe o nome
de “português”); e outra que se fala (e que é tão desprezada que nem tem
nome). E é esta última que é a língua materna dos brasileiros; a outra (“o
português”) tem de ser aprendida na escola, e a maior parte da população
nunca chega a dominá-la adequadamente.