O QUE SIGNIFICA A EXPRESSÃO CRUZ DE GIZ?
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Resposta:
O círculo de giz caucasiano, do dramaturgo alemão Bertold Brecht, escrito em 1944, é uma obra-prima do teatro épico. A primeira montagem brasileira da peça foi feita em 1963, a partir de uma tradução de Manuel Bandeira que conserva a força do texto brechtiano.
Breve introdução de O círculo de giz caucasiano
A peça nasceu a partir de uma pergunta do dramaturgo, ao final da Segunda Guerra Mundial, no exílio americano: a quem devem caber as coisas? É para responder esta pergunta universal que ele concebe a peça.
O círculo de giz caucasiano, ambientado na União Soviética, inicia com o encontro, num vale do Cáucaso devastado pela Segunda Guerra Mundial, de duas comunidades que pretendem recomeçar suas vidas após a destruição, comunidades estas que disputam a posse de um vale. É alegado pelos antigos donos do local que o vale é deles por tradição, que, de acordo com a a lei, o vale a eles pertencem. Já a outra comunidade que deseja repartir o vale apresenta propostas e projetos para que a terra seja, de fato, bem aproveitada; alegam que as leis devem ser revistas e que a tradição precisa dar lugar ao bom do vale. Por fim, os primeiros são convencidos e, para comemorar, um menestrel conta uma “antiga lenda chinesa”, com determinadas modificações para exemplificar a ação; é uma espécie de “peça dentro da peça”.
É parte de Brecht que todo teatro deve não só divertir, mas também ensinar. Suas peças buscavam transmitir verdades sem abrir mão do valor literário, da estética literária. Percebemos esta questão claramente na “peça dentro da peça”, que trata de Miguel, filho de um líder político, o Governador.
Em um golpe político, o herdeiro dos bens do Governador é esquecido por sua mãe durante uma fuga, golpe que, inclusive, levou o líder político a ser decapitado. No entanto, a serva Grucha é tomada pela bondade e resolve cuidar do menino; fugiu com ele para as montanhas, para casa de seu irmão. A pobre carrega a criança durante um longo caminho, neste percurso é perseguida por couraceiros do novo governante, este quer o herdeiro morto; além disso, Grucha passa por inúmeras reflexões a cerca do que acarretou seu ato de bondade. Vale destacar que, em sua cidade, Grucha havia noivado com Simão, um soldado que foi para guerra, e prometeu esperá-lo. Mas a moça, depois da primavera, já não podia ficar com seu irmão e, além disso, não conseguia mais suportar tantas perseguições; a partir de então, Grucha percebeu que o menino precisava de um teto, e em função disso se casa. Ao voltar, Simão descobre que Grucha está casada e que tem “um filho”; chateia-se com isso, não espera explicações e a abandona.
Tempos depois há outro golpe. Então, os antigos líderes políticos voltam ao poder e a mulher do falecido Governador só poderia ter acesso aos bens do marido se estivesse com a posse da criança; a partir daí, surgem couraceiros querendo levar o menino para a mãe verdadeira. Percebe-se que há pouco (ou nenhum) interesse na criança e sua saúde por parte da mãe biológica, o que importa para ela (que largou seu filho) é a herança.
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