O que seria uma função adaptativa para a monogamia ???
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Resposta: A monogamia, suas possíveis origens e implicações, foi e é discutida por diversas áreas do conhecimento como a sociologia, a antropologia, a literatura e o direito. No entanto, apesar do tema ter relevância em termos culturais e clínicos, na medida em que é um arranjo, praticamente hegemônico, no qual os sujeitos envolvidos podem tanto desenvolver suas capacidades criativas, quanto tomá-lo como uma fuga da incompletude, nota-se que há poucas referências explícitas no campo da psicanálise sobre o assunto, onde ela tem aparecido mais, enquanto um pressuposto estrutural, a partir do complexo edípico, do que como causa de investigações. Apesar das contribuições de psicanalistas como Jessica Benjamin (1988), Nancy Chorodow (1989) e Juliet Mitchell (2006/1967) terem sido importantes para repensar os papéis ocupados por homens e mulheres, a questão da monogamia parece não ter sido discutida no contexto histórico epistemológico da psicanálise1. Pensando psicanaliticamente, não podemos supor que essa ausência do tema como causa, seja mera coincidência.
Apesar de considerar-se que a monogamia, enquanto instituição não é, nem poderia ser, assimilada de maneira homogênea em todas as épocas por todos os sujeitos que nela se inserem, iremos privilegiar a análise do formato prescrito de sua constituição, ou seja, aquele em que vigoram a fidelidade e a exclusividade, em relação ao parceiro ou parceira amorosa e, de maneira geral, fortemente ligada à instituição do casamento. Tendo isso em conta, podemos dizer que a monogamia apresenta relação direta com dois afetos, discutidos de forma mais abrangente por Freud, quais sejam o amor e o ciúme, na medida em que se constitui como um arranjo afetivo, cuja principal característica é a exclusividade. Não podemos deixar de observar que tais afetos se encontram presentes em nossas primeiras relações objetais e, portanto, constituem base importante da formação de nossas personalidades e da orientação de nossos desejos. No que tange o amor, Belo e Marzagão (2011/2006) consideram que é preciso lançar mão de um paradoxo para compreender as origens desse afeto, uma vez que "não há eu para sentir o amor que se dá e o que se recebe e, no entanto, isso acontece
Explicação: