o que sao perguntas filosóficas?
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Resposta:
questionamentos que fazem você pensar e refletir sobre o tema abordado
Quer o filósofo declare ter resolvido um problema quer declare tê-lo dissolvido como um pseudoproblema, procederá por argumentação racional. A filosofia partilha com a matemática a peculiaridade de não apelar a novas fontes de investigação, mas repousa somente em raciocínios que tenham por base o que já sabemos. Difere da matemática na medida em que prefere territórios obscuros. Os matemáticos já se têm às vezes envolvido em análise conceptual, procurando definições de conceitos como equivalência numérica, continuidade e dimensão. Mas os seus objectivos divergem dos dos filósofos. Pouco se preocupam se as definições a que chegam captam o conceito como nós implicitamente o entendemos na vida quotidiana: estão apenas preocupados em formular um conceito preciso de maneira a que se possa razoavelmente dizer que abrange determinadamente todos os casos ou não. Tendo-o feito, a sua argumentação procederá dentro dos limites das definições adoptadas. O raciocínio do filósofo ocorre na base do nosso entendimento implícito prévio; apela a esse entendimento e logo não é executado, como o do matemático, num enquadramento de conceitos previamente delimitados.
Assim, o único recurso do filósofo é a análise dos conceitos que já tem, mas sobre o qual está confuso; procura remover essa confusão. Se procura fazer isso por meio de uma análise das expressões da nossa linguagem ou por qualquer outro meio, depende da sua metodologia filosófica; as diferenças metodológicas podem ser profundas, mas o objectivo é o mesmo. Na amostra de disputa filosófica que examinámos, o filósofo não pode argumentar a partir da apreensão da sucessão temporal que pode ser atribuída a uma criança. A questão que estava em disputa só pode surgir para um adulto para quem as nossas maneiras de falar sobre o tempo sejam conhecidas. É pois estéril perguntar se a filosofia é sobre a realidade, sobre os conceitos em termos dos quais pensamos a realidade, ou sobre os meios linguísticos que usamos para expressar esses conceitos. É sobre a realidade ao procurar clarificar os conceitos em termos dos quais a concebemos e, logo, as expressões linguísticas por meio da qual formulamos a nossa concepção.