O que são é o que fazem os "vaqueiros" da região da caatinga ?
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O vaqueiro de hoje não difere do de antigamente. Um trabalho manual, quase que artesanal, de montar no lombo de um cavalo, entoar aboios que hipnotizam centenas de cabeças de gado, percorrer os sertões afora de sol a pino, arriscam suas vidas em plena caatinga nordestina, um homem humilde que roga a Deus e seus santos em festas de apartação, um verdadeiro herói do sertão.
O sol ainda nem nasceu e João já está de pé. “Deus ajuda quem cedo madruga”, repete o velho ditado e diz que é a mais pura verdade da vida. Quase sempre faz o café da manhã, toma o seu e deixa para a mulher e a filha. Veste uma camisa de mangas compridas, calças botas e põe um chapéu de abas grandes. “Esse negócio de gibão a gente só usa quando cuida de boi nos interior ‘brabo’, que é cheio de caatinga, mato seco. Eu já usei quando trabalhei ‘pras’ bandas de Morada Nova, mas hoje em dia o pasto que eu levo os bichos não tem muito mato seco ” [sic], comenta o homem de jeito simples e sotaque cearense carregado. João mora em uma casa pequena, nos fundos de uma fazenda em Canindé, município no interior do Ceará.
Depois do café ele vai ao curral da propriedade, monta no lombo de um cavalo e solta os bois, que estão no cercado ao lado, são cerca de 200 cabeças de gado. No trajeto da procura de pasto, João grita com os animais, uma espécie de grito cantado, que guia os bichos.
“Ê boi, ê boi”.
Após passar o dia levando o gado em busca de alimento e água, debaixo de um sol forte, João volta para casa quando a noite começa a chegar. Uma cantiga finaliza o dia, o chamado aboio. “O aboio fala da vida do vaqueiro, de andar no mato, de correr atrás de boi, de pedir ajuda a Deus pra não desistir nas dificuldades da vida, tem uns que a a gente aprende com os outros, tem uns que a gente pensa na hora”, pontua.
Essa é a rotina de João da Silva, cearense de 47 anos, e vaqueiro há 25. Começou bem jovem no ofício, junto com seu pai em Juazeiro do Norte, Interior do Estado e sua terra de origem.Trabalhou também como vaqueiro em cidades como Morada Nova, Quixeramobim e Acopiara. Desde então, segue a vida como vigia do gado.um sol forte, João volta para casa quando a noite começa a chegar. Uma cantiga finaliza o dia, o chamado aboio. “O aboio fala da vida do vaqueiro, de andar no mato, de correr atrás de boi, de pedir ajuda a Deus pra não desistir nas dificuldades da vida, tem uns que a a gente aprende com os outros, tem uns que a gente pensa na hora”, pontua.
Ofício e características
A profissão de vaqueiro é uma das mais antigas do país. Sua etnia é fruto dos primeiros colonizadores brancos do Brasil com os índios, no período da inserção de gado nos sertões do País. A historiadora Vivian Lima do Museu da Cultura Cearense (MCC) comenta sobre a importância do vaqueiro no inicio da criação e ocupação do território nordestino. “No Nordeste, especificamente no Ceará a ocupação foi tardia, e não haviam atrativos econômicos e climáticos. Os donos das fazendas não ficavam aqui. Depois de alguns anos de ocupação o vaqueiro se fixa nessas regiões e chega a montar cidades, monta a população como um todo “, explica.
O ofício consiste em cuidar do gado e outras criações de alguma fazenda, haras ou sítio, buscando alimento e água entre pastos e caatinga. Para facilitar a locomoção, o vaqueiro sempre utiliza cavalos, visto que, muitas vezes, existe uma grande quantidade de gado para vigiar. Marcar o gado com ferro também faz parte da profissão; dessa forma é possível o reconhecimento do animal caso haja fuga. Uma das principais características do homem do gado é o aboio, uma espécie de cantiga que conduz os animais, e serve de guia quando algum companheiro de trabalho se perde na mata.
Para se proteger do sol forte e galhos secos nos locais onde o gado se alimenta, é necessário utilizar uma roupa própria, feita de couro cru, o chamado gibão. Ele funciona como uma armadura de cor marrom, feita de couro de carneiro ou bode. Além do gibão, a vestimenta dos vaqueiros mais tradicionais se
O sol ainda nem nasceu e João já está de pé. “Deus ajuda quem cedo madruga”, repete o velho ditado e diz que é a mais pura verdade da vida. Quase sempre faz o café da manhã, toma o seu e deixa para a mulher e a filha. Veste uma camisa de mangas compridas, calças botas e põe um chapéu de abas grandes. “Esse negócio de gibão a gente só usa quando cuida de boi nos interior ‘brabo’, que é cheio de caatinga, mato seco. Eu já usei quando trabalhei ‘pras’ bandas de Morada Nova, mas hoje em dia o pasto que eu levo os bichos não tem muito mato seco ” [sic], comenta o homem de jeito simples e sotaque cearense carregado. João mora em uma casa pequena, nos fundos de uma fazenda em Canindé, município no interior do Ceará.
Depois do café ele vai ao curral da propriedade, monta no lombo de um cavalo e solta os bois, que estão no cercado ao lado, são cerca de 200 cabeças de gado. No trajeto da procura de pasto, João grita com os animais, uma espécie de grito cantado, que guia os bichos.
“Ê boi, ê boi”.
Após passar o dia levando o gado em busca de alimento e água, debaixo de um sol forte, João volta para casa quando a noite começa a chegar. Uma cantiga finaliza o dia, o chamado aboio. “O aboio fala da vida do vaqueiro, de andar no mato, de correr atrás de boi, de pedir ajuda a Deus pra não desistir nas dificuldades da vida, tem uns que a a gente aprende com os outros, tem uns que a gente pensa na hora”, pontua.
Essa é a rotina de João da Silva, cearense de 47 anos, e vaqueiro há 25. Começou bem jovem no ofício, junto com seu pai em Juazeiro do Norte, Interior do Estado e sua terra de origem.Trabalhou também como vaqueiro em cidades como Morada Nova, Quixeramobim e Acopiara. Desde então, segue a vida como vigia do gado.um sol forte, João volta para casa quando a noite começa a chegar. Uma cantiga finaliza o dia, o chamado aboio. “O aboio fala da vida do vaqueiro, de andar no mato, de correr atrás de boi, de pedir ajuda a Deus pra não desistir nas dificuldades da vida, tem uns que a a gente aprende com os outros, tem uns que a gente pensa na hora”, pontua.
Ofício e características
A profissão de vaqueiro é uma das mais antigas do país. Sua etnia é fruto dos primeiros colonizadores brancos do Brasil com os índios, no período da inserção de gado nos sertões do País. A historiadora Vivian Lima do Museu da Cultura Cearense (MCC) comenta sobre a importância do vaqueiro no inicio da criação e ocupação do território nordestino. “No Nordeste, especificamente no Ceará a ocupação foi tardia, e não haviam atrativos econômicos e climáticos. Os donos das fazendas não ficavam aqui. Depois de alguns anos de ocupação o vaqueiro se fixa nessas regiões e chega a montar cidades, monta a população como um todo “, explica.
O ofício consiste em cuidar do gado e outras criações de alguma fazenda, haras ou sítio, buscando alimento e água entre pastos e caatinga. Para facilitar a locomoção, o vaqueiro sempre utiliza cavalos, visto que, muitas vezes, existe uma grande quantidade de gado para vigiar. Marcar o gado com ferro também faz parte da profissão; dessa forma é possível o reconhecimento do animal caso haja fuga. Uma das principais características do homem do gado é o aboio, uma espécie de cantiga que conduz os animais, e serve de guia quando algum companheiro de trabalho se perde na mata.
Para se proteger do sol forte e galhos secos nos locais onde o gado se alimenta, é necessário utilizar uma roupa própria, feita de couro cru, o chamado gibão. Ele funciona como uma armadura de cor marrom, feita de couro de carneiro ou bode. Além do gibão, a vestimenta dos vaqueiros mais tradicionais se
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