Geografia, perguntado por andressacorralima100, 10 meses atrás

o que samuel p. Huntington quis dizer na sua teoria do choque de civilizações?

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Respondido por brendafbatista
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A teoria elaborada pelo cientista político Samuel P. Huntington e denominada Choque de Civilizações postula que as identidades culturais e religiosas dos povos serão as principais fontes de conflito no mundo pós-Guerra Fria. Para Huntington os conflitos de grandes proporções não ocorrerão entre as classes sociais e sim entre os povos pertencentes a diferentes entidades culturais e religiosas.

Na teoria formulada por Huntington, havia o risco iminente de uma colisão entre as nove civilizações, classificadas como Ocidental, Islâmica, Confuciana,Budista, Africana, Eslavo-Ortodoxa,Xintoísta-Nipônica, Hindu e Latino-Americana. O conflito entre estas culturas tão distintas seria inexorável em razão das profundas diferenças entre as civilizações, especialmente quanto aos valores e princípios de cada uma destas sociedades. Huntington, no entanto, enfatiza o abismo cultural entre a civilização Ocidental e a Islâmica, contexto no qual se insere o califado proposto pelo Estado Islâmico.
O califado aspirado pelo Estado Islâmico reivindica um território que não se resume ao mundo árabe, é um projeto que se alastra até o Mediterrâneo, abarca Roma -o centro do cristianismo- e se estende para o resto do mundo.Não há dúvidas: a agenda política jihaddista é um programa teocrático-absolutista extremamente perigoso para a humanidade pois não reconhece a existência do outro. Nesta concepção ultraortodoxa, o Califa é o sucessor da autoridade política e religiosa do profeta Maomé, e o único legitimamente reconhecido pelo ‘Al Corão’ a governar.É esta doutrina, denominada salafista-wahabita, que tem sido a corrente de inspiração dos terroristas da Al-Qaeda, Frente Al-Nusra e Estado Islâmico.
O que parece ser o aspecto mais grave e assustador sobre o Estado Islâmico é que vários europeus foram convertidos ao extremismo e estão colaborando como terroristas dentro e fora do continente europeu, o que impõe um desafio gigantesco para os aparatos de inteligência. É precisamente esse contingente de extremistas que está sendo utilizado em ataques terroristas como os que ocorreram em Paris na sexta feira 13 de novembro. Em realidade, os atentados em Paris inauguraram uma nova fase de atuação do Estado Islâmico, que passa a realizar ‘ataques grandiloquentes’, como aqueles perpetrados pela Al-Qaeda quando derrubou com aviões de cruzeiro as Torres Gêmeas em Nova Iorque na data de 11 de setembro de 2001.

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