O que representa o espaçolondrino em O médico e o monstro?
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Resposta:
O Médico e o Monstro (título original em inglês: The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde) é o nome de um livro de Robert Louis Stevenson publicado em 1886.
A obra foi, em seu tempo, considerado um excelente livro de horror e suspense, que marcaria profundamente seus leitores, pois mantém uma atmosfera assustadora durante todo o enredo, se tornando assim um clássico do mistério.
A história de Stevenson baseou-se na vida dupla de um habitante de Edimburgo, na Escócia, chamado William Brodie: de dia ele era um respeitado marceneiro; à noite, roubava as casas dos moradores da cidade.
A história se passa em Londres, no final do século XIX, centro urbano com quatro milhões de habitantes. Devido ao grande contraste econômico entre os industriais (cada vez mais ricos) e os miseráveis (cada vez com menos oportunidades de emprego e vida digna), Londres passou a ser palco de inúmeros crimes horríveis. Justamente por isso, em 1829, foi criada a Scotland Yard, que se tornaria mais tarde reconhecida por sua eficiência em resolver crimes e por tomar parte das inúmeras páginas das histórias policiais inglesas.
Escrita para o grande público, que já conhecia este autor através do folhetim A Ilha do Tesouro, a novela, apesar da linguagem simples e de fácil entendimento, tem uma forma que privilegia o suspense. Os capítulos e o enredo, com traços de novela policial - um crime, um grande mistério e alguém tentando desvendá-los - se encaixam perfeitamente, de modo que todos os elementos da narrativa se esclarecem somente no desenlace da história.
Londres era a cidade de todos os vícios, do jogo à prostituição. Essa hipocrisia é um dos temas principais do livro. O Dr. Jekill, ilustre médico, percebe-se dividido entre duas personalidades, ambas, para ele, completamente verdadeiras. Uma é a do emérito doutor, filantropo respeitado, exemplo de conduta. A outra, reprimida durante toda a sua vida, é a do hedonista, que busca o prazer carnal, que comete crueldades e vilanias, sem responsabilidades. Busca, então, na ciência, maneira de resolver esse impasse. A poção que permite a transmutação entre as personalidades é, ao mesmo tempo, amostra das incríveis possibilidades abertas pela ciência em acelerada evolução e exemplo da angústia de não saber até onde ela poderia ir, já que a invenção subjuga o próprio cientista, que não pode mais controlá-la. Ainda que de forma não premeditada, Stevenson transporta para a literatura o debate político e social vigente (Karl Marx viveu em Londres de 1850 até sua morte, em 1883). Ao mesmo tempo que traz o progresso e a riqueza, a ciência traz a pobreza e a destruição, como se podia observar na própria Londres da época.
A invenção do Dr. Jekill explicita ainda um tema importante relacionado à moral e à sociedade: o bem e o mal convivem dentro de cada ser humano. Mr. Hyde não ganha vida pela ingestão da beberagem, e sim é libertado do interior de Jekill, onde já vivia, embora reprimido.
Não é difícil encontrar evidências de uma tese sobre o consciente e o subconsciente nas entrelinhas dessa obra de ficção do final do século XIX. Para isso, basta ler o último capítulo do livro em que o médico, num momento de lucidez, narra em uma carta todo seu trabalho e pesquisa dos últimos anos.