o que queremos dizer quando citamos a frase "o individuo é um produto social"?
Soluções para a tarefa
O elo entre indivíduo e sociedade dá-se na medida em que somos ativos
socialmente, porque o somos a título de Homens. Daí decorre o fato de a história
individual e social se determinarem mutuamente.
Preocupa-nos o homem social, concreto, "sintese de múltiplas
determinações" , enquanto indivíduo que cria a história ao mesmo tempo em que é
por ela determinado; expressão tanto das características peculiares que o
individualizam (dados de sua biografia) bem como das forças sociais que
caracterizam suas relações sociais. Tais aspectos (individuais/sociais)
materializam-se nos marcos de uma sociedade concreta, o que implica
necessariamente uma concepção integral que considere o homem e o mundo na
sua relação recíproca. (Martin-Baró,1983,p.380-423)
Marx e Engels deixaram claro que só existe uma ciência unitária, a
ciência da história, que concebe a evolução da natureza, da sociedade, do
pensamento, como um processo único, procurando descobrir neste processo as leis
gerais de determinados períodos.
A questão da individualidade e sua articulação com a reificação das
relações sociais é abordada por Marx num pequeno item dos "Grundisse" ,
denominado "O dinheiro como relação social". No texto, Marx considera que a
possibilidade do surgimento da individualidade na história é posta pela primeira
vez pelo capitalismo.(Silveira,1988, p.129).
Para analisarmos tal questão, tomamos como ponto de partida o
referencial teórico de Luckács (1974, p.97-125); Meszáros (1981, p.125-130);
Goldmann (1967, p.107-152), especialmente os capítulos referentes à reificação, e
Sennet (1989, p35-4Ü).
Nesse alinhamento, pudemos apreender que se seguirmos o caminho
percorrido pela evolução do processo, desde o artesanato, passando pela
cooperação e pela manufatura, até a máquino-fatura, verifica-se uma progressiva
eliminação das propriedades qualitativamente humanas e individuais.
Na sociedade moderna, com o advento da máquina, o processo de
trabalho passa a ser retalhado em operações racionais, parciais, que destroem a
relação trabalhador/produto.
Com efeito, a racionalização (que só foi viável com o aparecimento do
trabalhador livre, que vai ao mercado vender sua força de trabalho), passa a ser um
princípio de cálculo quantitativo que leva à decomposição do indivíduo.