o que poderá mudar em nossa vida se acontecer uma decadência dos Estados Unidos?
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NO DECLÍNIO E QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO, Edward Gibbon evoca a sombria Roma do ano 408, às vésperas de ser invadida pelos exércitos dos godos. As marcas da decadência imperial estavam não apenas nas demonstrações grotescas de opulência e desperdício de recursos públicos mas também no colapso da fé na razão e na ciência. O povo de Roma, escreveu Gibson, caiu numa “superstição pueril” promovida por astrólogos e profetas que diziam ser capazes de “ler nas entranhas das vítimas [de sacrifícios] os sinais de um futuro de grandeza e prosperidade”.
Um Gibson contemporâneo descreveria os EUA de hoje em dia como “decadente”? Recentemente, ouvi isso de um pensador francês pró-americano que falava em off. Ele foi forçado a usar esse termo após ver os noticiários que não param de alternar entre os tuítes do Presidente Donald Trump e as infindáveis revelações de abusos sexuais. Eu hesitei, afinal um francês acusando americanos de decadentes parece contrário à ordem natural das coisas. E a reação ao escândalo de Harvey Weinstein e outros está longe de ser sinal de um puritanismo histérico. No entanto, a carapuça serviu. A sensação de apodrecimento daquela palavra parece perfeitamente adequada.
Pode ser que numa democracia o sinal mais claro de decadência seja não a devassidão mas auto-absorvição terminal — a perda da capacidade de agir coletivamente, da crença num objetivo em comum, até mesmo na aceitação de uma forma de pensar em comum. Nós ouvimos necromantes que profetizam grandes feitos enquanto nos conduzem ao abismo. Nós temos ojeriza da ideia de algo “público” e olhamos com desdém para nossos concidadãos. Consideramos um tolo aquele que não põe seus próprios interesses acima de tudo.
Um Gibson contemporâneo descreveria os EUA de hoje em dia como “decadente”? Recentemente, ouvi isso de um pensador francês pró-americano que falava em off. Ele foi forçado a usar esse termo após ver os noticiários que não param de alternar entre os tuítes do Presidente Donald Trump e as infindáveis revelações de abusos sexuais. Eu hesitei, afinal um francês acusando americanos de decadentes parece contrário à ordem natural das coisas. E a reação ao escândalo de Harvey Weinstein e outros está longe de ser sinal de um puritanismo histérico. No entanto, a carapuça serviu. A sensação de apodrecimento daquela palavra parece perfeitamente adequada.
Pode ser que numa democracia o sinal mais claro de decadência seja não a devassidão mas auto-absorvição terminal — a perda da capacidade de agir coletivamente, da crença num objetivo em comum, até mesmo na aceitação de uma forma de pensar em comum. Nós ouvimos necromantes que profetizam grandes feitos enquanto nos conduzem ao abismo. Nós temos ojeriza da ideia de algo “público” e olhamos com desdém para nossos concidadãos. Consideramos um tolo aquele que não põe seus próprios interesses acima de tudo.
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