O QUE OCORRE NA 1ª PRIMEIRA CENA DO FILME, QUANDO KEN CARTER CHEGA AO GINÁSIO?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Bem, vamos lá:
Um belo dia, no meu último ano da licenciatura, uma das minhas professoras pediu para que fizéssemos uma análise sobre qualquer filme que fosse ambientado na escola. O objetivo era focar nos sujeitos — professor, alunos, pais de alunos e direção — assim como, focar também no projeto de ensino que era posto pelo filme, seja de modo consciente ou não.
Certo.
O problema é que eu simplesmente sempre achei “”””filmes de escola”””” um baita de um saco.
Desculpa, eu sei que muita gente curte e tal, mas a fórmula de Sociedade dos Poetas Mortos além de já batida e brega, chega a ser surreal. Ok que, como educadora, dá aquela esperança de que se um dia eu subir em cima da mesa e gritar uns poemas, com certeza irei conquistar toda a juventude e pá, mas não é assim que a banda toca, mermão. Assim sendo, fui atrás de ficções que fugiam do esquema Robin Willians de filme edificante e nisso eu parei no maravilhoso mundo dos filmes de escolas da periferia.
Essa sub-sub-categoria de filmes é particularmente interessante, não é?
A história é SEMPRE a mesma com algumas variações: “olha esses alunos do mal eles nunca terão um futuro desse jeito e vão cair na criminalidade porque não entendem a força da educação” *PLIM* surge um professor idealista disposto a salvar aquelas pobres almas daquela situação.
Geralmente, sempre são alunos periféricos de maioria negra sendo salvos por almas brancas maravilhosas como as de Hilary Swank ou Michelle Pfeiffer, professoras que desafiam o sistema aplicando um método não tradicional para finalmente conquistar seus alunos.
Então, já cansada de um monte de filmes com o roteiro similar e sabendo que não iam aceitar se eu fizesse uma análise de Rock n’ Roll High School — filme musical dos Ramones — resolvi acatar a sugestão, abrir meu coração, me limpar dos meus pré-conceitos e tocar uma análise sobre Coach Carter — Treino para a vida.
Topei porque: 1) Samuel L. Jackson melhor pessoa e 2) Não tinha como ser outro filme white guilty sobre brancos salvando alunos negros e pobres, afinal, o professor herói da vez também era negro, né mesmo?
Esse texto é uma adaptação menos acadêmica da análise que entreguei para a Faculdade de Educação da USP — OU SEJA — o foco aqui é discutir a pedagogia que o filme mostra. Se tu odiar educação, pedagogia e dorme só de ouvir falar, essa é a hora de abandonar esse texto.
Supondo que alguém aqui possa não ter visto o filme, vou dar aquela resumida via ESSA AQUI É A SINOPSE SÓ CLICAR NESSE LINK QUE ABRE.
Bem, todo mundo manja que o filme é uma história real. E eu poderia até fazer uma análise sobre a pessoa Ken Carter e seus discursos reais, mas estamos falando do filme sobre sua “obra” — uma ficcionalização hollywoodiana — e é sobre as mensagens contidas NO FILME que falaremos aqui, beleza? Então Beleza.
SIM, esse texto vai ter aqueles famosos SPOILERS então se você não gosta deles, pode parar por aqui, a gente entende, acontece, mas o filme está na Netflix — se quiser assistir e voltar, a gente te espera.
Pronto.