O que o pintor alemão Caspar David Friedrich costumava fazer para representar ambientes tão amplos? *
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Resposta:
Nascido na Alemanha, em Greifswald, que na época fazia parte da Suécia, foi educado dentro dos rigorosos preceitos luteranos de seu pai, Adolf Gottlieb, um comerciante bem sucedido. Perdeu sua mãe Sophie Dorothea Bechly aos sete anos, no nascimento de seu nono irmão, passando a ser criados por uma babá, a Mãe Heiden, que era calorosa com as crianças. Nos anos seguintes perdeu mais quatro irmãos, um deles, Johann Christoffer, tragicamente e diante de seus olhos, caindo dentro de um buraco na superfície congelada de um lago. Alguns relatos sugerem que o irmão estava na verdade tentando salvar o próprio Caspar David que também estaria em perigo. Tais factos marcaram sua vida e, somados à sua rígida educação religiosa, são uma das causas aventadas para a atmosfera melancólica de tantos de seus quadros, e contribuíram para que ele se tornasse conhecido como "mais um dos homens taciturnos do norte".[1] Contudo, sua correspondência revela um humor fino e auto-ironia.
Auto-retrato, com 26 anos
Em 1790 teve as primeiras aulas de desenho com o mestre Johann Gottfried Quistorp na Universidade de Greifswald, e literatura e estética com o professor sueco Thomas Thorild, que lhe ensinou a diferença entre a apreciação das coisas com o olho espiritual e com o olho material. Em 1794 o pai inscreveu-o na prestigiosa Academia de Artes de Kopenhagen, estudando com mestres como Christian August Lorentzen e Jens Juel, que eram seguidores do movimento Sturm und Drang, .[2] Estudante talentoso, iniciou seu aprendizado acadêmico com a cópia de moldes em gesso de estatuária clássica, antes de estudar do natural. Ele tinha ainda um grande interesse no paisagismo flamengo do século XVII.
Quatro anos depois, a família mudou-se para Dresden, capital da literatura romântica alemã. Friedrich ganhava então a vida desenhando folhetos. Conheceu Phillip Otto Runge e foi com ele percorrer os Alpes. Quando voltaram, Runge o apresentou aos artistas românticos Johann Christian Dahl, Carl Gustav Carus, Novalis e Georg Friedrich Kersting. Também conheceu Goethe, através de quem pôde expor seus quadros na cidade de Weimar, onde ganhou seu primeiro prêmio em 1805. Dresden ofereceu-lhe paisagens inspiradoras, e por ser próxima a Berlim fazia-se um dos mais importantes pólos artísticos da Alemanha.
A cruz na Montanha, 1807. Gemäldegalerie.
Nascer da lua sobre o mar, 1822. Nationalgalerie
As fases da vida, c. 1835. Museum der Bildenden Künste
Trabalhava inicialmente com aquarelas e desenhos, depois começou a estudar a gravura em metal. Em 1808, depois de fazer um curso de pintura a óleo, foi incumbido pelos condes de Thun e Honestein de uma de suas obras mais importantes, A Cruz na Montanha, que recebeu críticas não muito alentadoras, especialmente de Basilius von Ramdohr, pela ousadia do artista em relacionar a paisagem com o sentimento religioso, embora tenha sido sua primeira obra a ter grande repercussão.
Os seus amigos saíram em sua defesa, e o pintor escreveu um folheto explicando sua interpretação da pintura, onde os raios do sol representavam a luz de Deus Pai e o fato do sol estar no ocaso diz que o tempo em que Deus se revelava diretamente aos homens havia passado.[3] Foi a única vez em que o autor deixou tal tipo de documento sobre sua própria criação.
Cinco anos depois a coroa da Prússia adquiriu duas de suas pinturas, Monge à Beira-mar e Abadia no Carvalhal, e ele foi eleito para a Academia de Berlim. Visitando novamente as montanhas em busca de novos panoramas e inspiração, em seu retorno se tornou membro também da Academia de Dresden, em 1816 o que lhe garantiu uma pensão anual, e passou a trabalhar num atelier em conjunto com Dahl.
Os penhascos de Rügen, c. 1818. Museum Oskar Reinhart am Stadtgarten.
Casou com Caroline Bommer em 1818, que era bem mais jovem, e com ela teve três filhos. Embora o casamento não tenha mudado sua personalidade, suas obras ganham em leveza, ampliam suas dimensões e a figura feminina começa a aparecer com destaque. Os Penhascos de Rügen, pintado após sua lua-de-mel, é um bom exemplo deste desenvolvimento.[4]
Nesta época encontrou patronos no então Grão-Duque Nikolai Pavlovich e no poeta e tutor do príncipe herdeiro da Rússia, Alexandre Nikolaevich, que o conheceu em 1821, comprou diversos de seus trabalhos e foi um apoio até os últimos dias de vida do pintor, e conseguiu para ele outros clientes da realeza.
paralítico. Conseguiu se recuperar um pouco depois de uma temporada de cura em Teplitz, mas sua habilidade de pintar foi consideravelmente prejudicada, passando a preferir a aquarela e a sépia, em trabalhos onde abundam os símbolos da morte. Por volta de 1838 já estava completamente incapacitado, e sua situação financeira se tornou precária. Suas obras começavam a sair de moda e teve de contar com o apoio de amigos para sobreviver. Morreu em 1840, quase esquecido pelo mundo da arte. Carl Gustav Carus retratou sua morte na pintura intitulada Túmulo de Caspar David Friedrich.
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Embora fosse um pintor renomado durante sua vida, Friedrich não foi uma unanimidade de crítica, e sua originalidade e temas não eram sempre compreendidos