O que na sua opinião diferencia os peixes das aves e os mamíferos dos répteis
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Os peixes apresenta escamas e são aquáticos. As aves apresenta penas, são terrestres e possui asas.
Os mamíferos apresenta pelos, glândulas mamárias e são endotérmicos. Já os répteis são ectotérmicos.
Resposta:
Comecemos pelos mais fáceis.
Se bebe leite quando é juvenil, então é mamífero; outra característica típica dos mamíferos, é que são sempre pulmonados e possuem regulação térmica interna, ou seja, produzem calor para se manterem quentes. Estas são as características básicas e comuns a todos os mamíferos.
Agora começamos a complicar. As aves têm sempre o corpo coberto de penas, são pulmonados e reproduzem-se por ovos. Têm sempre regulação térmica interna, tal como no caso dos mamíferos.
Ossos são mais ocos para serem mais leves e facilitarem o vôo; possuem ainda sacos aéreos para aumentar a eficiência dos pulmões. Não possuem mandíbulas e têm bico; o sistema digestivo é também diferente, havendo a existência de uma moela que não existe nos grupos restantes.
Isto já difere dos répteis. Os répteis têm sempre temperatura ectodérmica, ou seja, não conseguem regular a sua temperatura interna e dependem do calor do sol e da temperatura do ambiente à sua volta para regular a temperatura interna. A questão da temperatura interna é um grande marco evolutivo, pois permite que o ser vivo possa colonizar territórios que não estão acessíveis a seres sem regulação interna, como é o caso dos répteis. Também são sempre seres pulmonados.
Os répteis possuem adaptação importante para a vida terrestre: tal como as aves e os mamíferos, os seus embriões possuem uma membrana protectora — a membrana amniótica —, o que faz com que os seus ovos possam desenvolver-se fora da água.
Os anfíbios, diferem dos répteis em alguns pormenores mais técnicos. Mas a grande diferença é que a sua reprodução depende sempre da existência de água, porque os seus embriões não estão protegidos como os seres amniotas. A sua reprodução e o desenvolvimento dos ovos é sempre efectuada dentro de água. Outra característica importante, é que os anfíbios (regra geral) apresentam desenvolvimento embrionário já depois de terem eclodido do ovo, ou seja, passam por uma metamorfose: nascem e vivem um período larvar e depois transformam-se no animal adulto.
Nem todos os anfíbios são pulmonados, podendo ainda usar respiração através da pele e com recurso a brânquias (ou guelras).
A grande inovação dos anfíbios, é por um lado a sua clara forma corporal, composta de cabeça e corpo e quatro membros. Cada membro termina com cinco dedos (excepto quando há problemas embrionários). Os anfíbios foram o primeiro grande grupo claramente adaptados a viver em terra e a respirar oxigénio atmosférico. Tal como os répteis, não possuem regulação da temperatura interna.
Finalmente os peixes. É preciso perceber que o que chamamos de "peixes" são na verdade vários grupos. Eu já falei sobre este problema numa outra resposta: Resposta de António Luís Carvalho a É verdade que peixes não existem enquanto um grupo de classificação biológica válido?
As principais características dos peixes é que são essencialmente aquáticos, com algumas excepções que ocasionalmente vêm a terra. Respiram maioritariamente através de brânquias (ou guelras) e não possuem regulação térmica interna. Necessitam da existência de água para o seu ciclo de vida e, em geral, apresentam fases de desenvolvimento, como no caso dos anfíbios. A sua estrutura corporal não possui membros bem desenvolvidos e distintos, tal como não possuem pescoço: a cabeça está colada ao resto do corpo.
Essencialmente, estas são as principais características taxonómicas dos vários grupos indicados. Como sempre, a Natureza tende a mostrar que a classificação simples e bem arrumada, nem sempre pode ser aplicada no mundo real, e aparecem, em especial nos fósseis, exemplares que misturam muito bem características misturadas dos vários grupos.
No entanto, algumas coisas seriam muito estranhas de encontrar: répteis, mamíferos e aves com brânquias ou mamíferos e aves sem regulação térmica interna e sem pulmões, seriam casos bem estranhos, que a evolução tende a não permitir. No máximo, poderemos ver estruturas já existentes a evoluírem no sentido de ter o mesmo uso que outras de grupos diferentes, mas como sempre, o diabo está nos detalhes. E na Biologia, há sempre muitos detalhes para analisar com muito cuidado.
Explicação: