O que motivou os movimentos pela independência holandesa em relação à Espanha?
Soluções para a tarefa
Respondido por
9
eu acho que e isso O motivo essencial foi a exploração econômica dos Países Baixos pela dinastia Habsburgo, ao qual se juntou o fator religioso, com a adesão de boa parte da classe média urbana ao protestantismo calvinismo, chocando-se com a política ultra-católica de Filipe II.
Durante séculos, os Países Baixos e Flandes (as regiões mais ricas da Europa) mantiveram sua autonomia local sob os governantes de Borgonha, e depois, seus sucessores Habsburgo, até a abdicação de Carlos V, em 1555, e mantida sob Filipe II sob o governo de sua meia-irmã, Margarida de Parma.
(na realidade, os impostos não eram excessivos, mas os locais estavam descontentes com sua utilização para financiar guerras na Itália e contra a França e os príncipes luteranos alemães, parceiros comerciais de Antuérpia e Amsterdam)
Em 1566, em protesto contra o estabelecimento da Inquisição (em parte, como reação a uma onda de ataque a igrejas e mosteiros), a pequena nobreza flamenga - majoritariamente católica - apresentou uma petição à regente, e esta, sem saber agir, apelou a Filipe II, que ordenou o envio de 10 mil soldados sob o comando do duque de Alba para restabelecer o controle sobre os Países Baixos.
Foi estabelececido um tribunal de exceção (apelidado "Tribunal de Sangue"), que executou mais de mil pessoas (em sua maioria burgueses da cidades) nos meses seguintes, entre os quais os condes de Egmont e Horne. Ao todo, cerca de 18 mil pessoas foram executadas até o final do governo de Alba, em 1573.
Porém, os rebeldes flamengos (chamados gueux/geuzen, que significa "mendigos") continuaram em luta, exigindo tributos da cidades litorâneas e se refugiando na Inglaterra sob a proteção da rainha Elisabete. Sua luta era apoiada pelo príncipe Guilherme de Orange (da casa de Nassau-Dillenburg) - nascido luterano, e então católico - que tivera seu governo e domínios expropriados por Filipe II.
Observe que, nessa primeira fase, uniram-se tanto as regiões católicas quanto a cidades onde avançava a reforma calvinista, forte nas cidades da Holanda, Zelândia e outras províncias. Contudo, a maioria da população ainda era majoritariamente católica. Em 1573, Guilherme de Orange (sustentado pelas províncias rebeldes da Holanda e Zelândia) converteu-se ao calvinismo.
(ainda é preciso considerar a presença de um grande contingente de anabastistas vindos do Reno, embora estes fossem avessos à política)
A situação permaneceu assim até 1576, quandos os soldados espanhóis (que estavam sem receber soldo) saquearam Antuérpia e mataram 7 mil pessoas, deflagrando a chamada 'Guerra dos 80 anos".
As 17 províncias se uniram pela Paz de Gand, rejeitando a dominação espanhola e proclamando a liberdade religiosa.
A perda dos Países Baixos preocupou a Espanha, que retirou os soldados e nomeou em 1579 um novo governador-geral, Alexandre Farnese - filho de Margarida - que prometeu respeitar as liberdades locais.
A proposta teve a adesão das províncias do Hainaut, Artois, Lille e Douai, Namur, Luxemburgo e Limburgo, reunidas na União de Arras (Atrecht, em flamengo), que manteve o catolicismo como a única religião aceita. Em troca, Farnese respeitaria a autonomia local.
Em oposição, os protestantes criaram a União de Utrecht, reunindo a Holanda, Zelândia, Utrecht, Frísia, Drenthe, Overijssel, Groningen e a maior parte da Gueldria.
O Brabante e Flandres permaneceram disputados entre as duas alianças, até que as forças espanholas conseguiram ocupá-las (em parte, como reação contra os saques promovidos por forças inglesas, que apoiavam o príncipe de Orange).
Em 1581, a União de Utrecht tornou-se a república das Províncias Unidas, rompendo os laços com a Espanha e proclamando a independência.
Guilherme de Orange foi assassinado em 1584 por um francês a quem Filipe II prometera uma grande recompensa - paga aos seus descendentes.
A independência dos Países Baixos (Províncias Unidas) foi reconhecida pela Espanha somente em 1649.
PS: um filme que aconselho, embora trate de evento posterior, é o espanhol Alatriste (2006). Mas é muito violento
Durante séculos, os Países Baixos e Flandes (as regiões mais ricas da Europa) mantiveram sua autonomia local sob os governantes de Borgonha, e depois, seus sucessores Habsburgo, até a abdicação de Carlos V, em 1555, e mantida sob Filipe II sob o governo de sua meia-irmã, Margarida de Parma.
(na realidade, os impostos não eram excessivos, mas os locais estavam descontentes com sua utilização para financiar guerras na Itália e contra a França e os príncipes luteranos alemães, parceiros comerciais de Antuérpia e Amsterdam)
Em 1566, em protesto contra o estabelecimento da Inquisição (em parte, como reação a uma onda de ataque a igrejas e mosteiros), a pequena nobreza flamenga - majoritariamente católica - apresentou uma petição à regente, e esta, sem saber agir, apelou a Filipe II, que ordenou o envio de 10 mil soldados sob o comando do duque de Alba para restabelecer o controle sobre os Países Baixos.
Foi estabelececido um tribunal de exceção (apelidado "Tribunal de Sangue"), que executou mais de mil pessoas (em sua maioria burgueses da cidades) nos meses seguintes, entre os quais os condes de Egmont e Horne. Ao todo, cerca de 18 mil pessoas foram executadas até o final do governo de Alba, em 1573.
Porém, os rebeldes flamengos (chamados gueux/geuzen, que significa "mendigos") continuaram em luta, exigindo tributos da cidades litorâneas e se refugiando na Inglaterra sob a proteção da rainha Elisabete. Sua luta era apoiada pelo príncipe Guilherme de Orange (da casa de Nassau-Dillenburg) - nascido luterano, e então católico - que tivera seu governo e domínios expropriados por Filipe II.
Observe que, nessa primeira fase, uniram-se tanto as regiões católicas quanto a cidades onde avançava a reforma calvinista, forte nas cidades da Holanda, Zelândia e outras províncias. Contudo, a maioria da população ainda era majoritariamente católica. Em 1573, Guilherme de Orange (sustentado pelas províncias rebeldes da Holanda e Zelândia) converteu-se ao calvinismo.
(ainda é preciso considerar a presença de um grande contingente de anabastistas vindos do Reno, embora estes fossem avessos à política)
A situação permaneceu assim até 1576, quandos os soldados espanhóis (que estavam sem receber soldo) saquearam Antuérpia e mataram 7 mil pessoas, deflagrando a chamada 'Guerra dos 80 anos".
As 17 províncias se uniram pela Paz de Gand, rejeitando a dominação espanhola e proclamando a liberdade religiosa.
A perda dos Países Baixos preocupou a Espanha, que retirou os soldados e nomeou em 1579 um novo governador-geral, Alexandre Farnese - filho de Margarida - que prometeu respeitar as liberdades locais.
A proposta teve a adesão das províncias do Hainaut, Artois, Lille e Douai, Namur, Luxemburgo e Limburgo, reunidas na União de Arras (Atrecht, em flamengo), que manteve o catolicismo como a única religião aceita. Em troca, Farnese respeitaria a autonomia local.
Em oposição, os protestantes criaram a União de Utrecht, reunindo a Holanda, Zelândia, Utrecht, Frísia, Drenthe, Overijssel, Groningen e a maior parte da Gueldria.
O Brabante e Flandres permaneceram disputados entre as duas alianças, até que as forças espanholas conseguiram ocupá-las (em parte, como reação contra os saques promovidos por forças inglesas, que apoiavam o príncipe de Orange).
Em 1581, a União de Utrecht tornou-se a república das Províncias Unidas, rompendo os laços com a Espanha e proclamando a independência.
Guilherme de Orange foi assassinado em 1584 por um francês a quem Filipe II prometera uma grande recompensa - paga aos seus descendentes.
A independência dos Países Baixos (Províncias Unidas) foi reconhecida pela Espanha somente em 1649.
PS: um filme que aconselho, embora trate de evento posterior, é o espanhol Alatriste (2006). Mas é muito violento
Perguntas interessantes