História, perguntado por giukamilla2004, 10 meses atrás

o que levou os nobres a apoiar as reformas protestantes nós principados germânicos?

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Respondido por andreimarquespe
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Resposta:

Martinho Lutero era um professor de teologia pertencente à ordem agostiniana que viveu na cidade de Wittenberg, na região do Sacro Império Germânico. Durante os seus estudos, ele foi fortemente influenciado pelas obras de Jan Huss, São Paulo e Santo Agostinho. Nessa trajetória de estudos teológicos, Lutero acabou formulando um conjunto de idéias que iam contra muitos dos princípios estabelecidos pela igreja romana.

No ano de 1517, insatisfeito com a situação da Igreja de sua época, publicou na porta da catedral de Wittenberg as suas 95 teses. Entre outros pontos estabelecidos por esse documento, Lutero criticava a venda de indulgências e a negociação de cargos eclesiásticos feitas pela Santa Igreja. Além disso, Lutero estipulava uma nova forma de relação religiosa onde, entre outras coisas, afirmava-se que o indivíduo obtinha a salvação pela fé, e não pelos seus atos.

Os princípios defendidos pelo pensamento luterano acabaram tendo grande força no interior do Sacro Império Germânico. Entre a nobreza havia uma grande tendência de oposição contra o poderio eclesiástico. O Sacro Império era controlado por meio de um processo eletivo entre os principais proprietários de terra da região. A Igreja, sendo uma grande proprietária de terras, tinha grande poder de interferência nas questões políticas do Sacro Império.

Essa questão do poder político dos clérigos influía em diferentes grupos sociais da época. Os nobres tinham interesse em se apoderar das terras da Igreja. Ao mesmo tempo, a burguesia local procurava reduzir o pagamento de impostos devidos aos eclesiásticos. A classe campesina também viu nesse episódio de confrontação uma grande oportunidade de reverter sua situação de penúria e subordinação, muitas vezes aprofundada ou legitimada pelo discurso da Igreja.

Por coincidência, a publicação das idéias de Lutero aconteceu no mesmo período em que o papa Leão X organizou uma venda de indulgências em massa. Segundo um documento da Santa Sé, todo o fiel que contribuísse na construção da catedral de São Pedro teria todos os seus pecados perdoados. Lutero, motivado por esse exemplo flagrante de cobiça entre os eclesiásticos, não se curvou mediante a exigência de retratação imposta pelos líderes da Igreja.

Considerada a primeira religião fundada durante as Reformas Protestantes, o Luteranismo foi uma religião criada em meio às questões sociopolíticas do Sacro Império Germânico. Ainda arraigado aos entraves do feudalismo, o Sacro-Império contava com um conjunto de principados que tinham mais de um terço de suas terras dominados pela Igreja Católica.

Tolhidos pelo poder de decisão dos clérigos, a relação entre a nobreza e a Santa Igreja já se mostrava abalada mesmo antes de chegarmos ao surgimento das polêmicas levantadas pelas ideias do padre e professor Martinho Lutero. Durante seus estudos, Lutero começou a criticar pontos vitais da doutrina católica. No ano de 1517, ele censurou a venda de indulgências e outras práticas da Igreja na obra As 95 Teses. Escrita em alemão, a obra ganhou popularidade e chegou ao conhecimento dos clérigos católicos.

Repudiando as ideias de Lutero, o papa Leão X, em 1520, redigiu uma carta condenando sua obra e exigindo a retratação do monge, ameaçando-o de excomunhão. Em 1521, sob ordens do imperador Carlos V, Lutero foi convocado a negar suas ideias num encontro chamado Dieta de Worms. Durante o encontro Lutero reafirmou suas crenças e foi considerado herege. Mesmo com a oposição da Igreja, setores da nobreza alemã resolveram proteger Martinho Lutero.

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