Geografia, perguntado por reehvelho1, 1 ano atrás

o que foi o salto mexicano?

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Respondido por 69kelly
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Cidade do México 1968: A Olimpíada que nem começou no ano que não terminou
Por iG São Paulo
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Os Jogos chegam à América Latina, e a altitude da capital mexicana vira um fator marcante. Mas os diversos recordes ficam em segundo plano diante da efervescência cultural e tensão política daquele ano

A equipe americana que venceu o revezamento dos 400m, batendo o recorde e erguendo os punhos
Getty Images
A equipe americana que venceu o revezamento dos 400m, batendo o recorde e erguendo os punhos


Numa época em que os livros de geografia ainda separavam a Humanidade em três mundos sem risco de soarem politicamente incorretos, os dois de cima precisaram, incoerentemente, subir 2300 metros para descobrir o que havia lá embaixo, no Terceiro Mundo. Quando os Jogos Olímpicos foram à América Latina pela primeira vez – e até hoje única, enquanto não chega o Rio 2016 –, foi como se muita gente desembarcasse em outro planeta. Não bastassem as diferenças sociais, ainda havia mais o que estranhar: nunca a Olimpíada havia sido disputada num lugar tão acima do nível do mar como a Cidade do México.
Com 30% menos de oxigênio na atmosfera, as conseqüências eram extremas: de um lado, quem percorria longas distâncias morria de cansaço. Do outro, as provas que dependiam de velocidade foram uma festança de recordes mundiais: o atletismo masculino melhorou suas marcas em todas as corridas de até 400m, incluindo revezamentos, e nos saltos em distância e triplo.
Dois atletas caem em pista, abalados pela altitude da capital mexicana
Tony Duff/ALLSPORT
Dois atletas caem em pista, abalados pela altitude da capital mexicana

Mas, honestamente, quem se importava com os recordes mundiais que eram ou não batidos no México? Não que os Jogos não tenham dado outro passo adiante em termos de repercussão: foram 45 horas de transmissão ao vivo e em cores para mais de 400 milhões de pessoas no mundo todo. Só que 1968 tinha razões melhores para se preocupar – e para se tornar “o ano que não terminou”.
A Guerra do Vietnã estava no auge, e a China, pululando com a Revolução Cultural. Enquanto os checos levavam chumbo em sua Primavera de Praga, Paris apontava para greve geral e começo de revolução em seu maio mais famoso. Martin Luther King Jr. foi assassinado nos EUA, e até no México, dez dias antes da cerimônia de abertura, uma manifestação terminou no Massacre de Tlateloco. Enfim, não estava fácil para alienado nenhum colocar o esporte acima de qualquer coisa.
No Brasil, a maior contribuição para a interminabilidade do ano ainda estava por vir: foi na sexta-feira, 13 de dezembro, que o General Costa e Silva liberou geral e deu cara, nome e sigla para nossa ditadura. Também nós estávamos ocupados demais alcagüetando subversivos ou escondendo comunistas no porão para celebrar nossas três medalhas: a prata de Nelson Prudêncio no salto triplo e os bronzes do pugilista peso mosca Servílio de Oliveira e dos iatistas Reinald Conrad e Bukhard Cordes, na classe flying dutchman.
A Olimpíada mal sabia, mas os conflitos políticos estavam apenas começando a eclipsar completamente o que acontecia no âmbito esportivo.
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