História, perguntado por juhniela, 10 meses atrás

o que foi o congresso mundial das raças//resumo

Soluções para a tarefa

Respondido por amandita20170407
1

Resposta:

Como se sabe, o debate

sobre ciência, raça e nação foram amplamente visitados por intelectuais brasileiros

no período entre 1870 e 1930, produzindo uma série de interpretações sobre os

problemas sociais, políticos e econômicos enfrentados pelo Brasil durante o contexto

que uniu o fim da escravidão ao conturbado florescimento da República. Segundo

Lília Moritz Schwarcz as pesquisas levadas a cabo pelos ‘homens de sciencia’ no

fim do século XIX foram tomadas como uma ‘subciência’ por historiadores formados

nas nascentes universidades brasileiras do século XX, os quais viam a utilização das

teorias raciais como meras cópias de um conjunto de ideias estrangeiras. Sendo

assim, buscando esclarecer de que forma estes ‘homens de sciencia’ enfrentaram

os limites teóricos impostos por um conjunto de ideias deterministas e as barreiras

políticas construídas por uma sociedade rigidamente hierarquizada no tocante a

inclusão de negros e mestiços, analisamos, como fonte histórica, dois textos do

médico e antropólogo físico brasileiro João Baptista de Lacerda; o ensaio Sobre os

mestiços no Brasil e a redarguição intitulada Réplica a Crítica. Objetivando, então,

esclarecer de que forma os ‘poderosos’ brasileiros – nas palavras de Lacerda –

esperavam que este cientista divulgasse o país no exterior, tendo em vista que tal

ensaio fora publicado, em forma de discurso, no Congresso Internacional de Raças,

em Londres, no ano de 1911.

Explicação:3596

nome ficou marcado tanto pelos estudos em antropologia física quanto em fisiologia

experimental e microbiologia, tendo se destacado inclusive pelo estudo sobre febre

amarela (BENCHIMOL, 1999; KEULLER, 2007). Além de dedicar profunda atenção

aos estudos acerca dos índios Botocudos, assim como das escavações

arqueológicas dos Sambaquis, buscando contribuir com a história natural do homem

americano, Lacerda também dedicou atenção aos estudos dos “mestiços” e o

significado do processo de miscigenação racial brasileiro.

Para compreender a trajetória de João Baptista de Lacerda no campo da

antropologia física, é necessário entender a própria história da antropologia no

Museu Nacional do Rio de Janeiro. Instituição criada por D. João VI para estimular

os estudos científicos no Reino do Brasil, o Museu Nacional se consolidou ao longo

do século XIX como um dos principais centros de investigação e ensino das ciências

físicas e naturais, com destaque para a geologia, a zoologia e a botânica. No campo

da antropologia, o Museu Nacional só passou a exercer um papel significativo a

partir de 1876, quando Lacerda organiza o primeiro curso brasileiro de Antropologia,

a ser ministrado por ele mesmo. Até então, toda produção e

exploração antropológica fora executada por naturalistas e viajantes estrangeiros,

que adentraram o interior do país em busca de conhecimentos sobre a população

indígena, a fauna, a flora e a coleta de espécimes para suas coleções.

Em grande parte, estes relatos de viajantes agiram de modo a lançar

diversas percepções a respeito da América, fossem elas ‘edênicas’ ou ‘detratoras’ . Notas estas que se tornaram as principais fontes de analise

para intelectuais estrangeiros que, de longe, buscavam interpretar a realidade das

populações do continente americano, esforçando-se para elencar as diferenças. O

filósofo genebrino Jean Jacques Rousseau foi, no século XVIII, um expoente das

analises comparativistas

entre aquilo que ele chamou de estado de natureza e

estado de civilização. Ligados ao estado de natureza estavam os “povos selvagens”,

ou como preferiu Rousseau, o bom selvagem, que fora caracterizado por este

filósofo como o modelo ideal, já que escapava do estado de civilização vivenciado

Convencionei chamar de “análises comparativistas” ou “teorias comparativistas” as doutrinas que visaram

diferenciar os humanos anteriormente à aplicação do termo “raça” para tal. Não podendo, então, ser classificadas

como “teorias raciais” ou “doutrinas raciais”, as quais datam somente do século XIX.

Perguntas interessantes