Geografia, perguntado por mariarita67, 1 ano atrás

O que foi a revolucao do irã em 1979?

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Respondido por walisonhenrique
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Revolução Islâmica fez do Irã uma república baseada nos preceitos religiosos do islamismo. 

Na década de 1970 o Irã era governado pelo xá Reza Pahlevi, o qual desenvolvia um governo concentrando os poderes em um pequeno círculo de amigos e aliados. Desde a década de 1940 o líder do país se mantinha no governo do Estado, sem se preocupar muito com as diferenças entre os pobres e os ricos, esta se intensificou no decorrer da década de 1970. O regime do xá Reza Pahlevi gerava críticas ao plano econômico, mas principalmente quanto ao seu modo autoritário de conduzir a política no país.

A monarquia autoritária do xá possuía grande afinidade com o Ocidente, o que suscitava mais críticas dos opositores. O personagem com voz mais expressiva na oposição ao governante do Irã era o aiatolá Ruhollah Khomeini. O líder religioso e da oposição vivia exilado em Paris e de lá mesmo comandou as forças de oposição ao governo do xá, defendendo reformas sociais e econômicas no Irã, além de recuperar os valores religiosos e tradicionais do islamismo.

Somente no ano de 1979 que o líder da oposição conseguiu retornar ao Irã, no dia 1º de fevereiro, o que intensificou um quadro de estabilidade social e protestos. Nas vésperas do retorno de Khomeini ao Irã, a população do país deu início a um levante de oposição ao tipo de governo desenvolvido pelo xá Pahlevi, a chegada de Khomeini fez aguçar os protestos. Por vários lugares estouraram os confrontos entre os opositores e os partidários do regime vigente.

O clima de enfrentamento no país se intensificou e atingiu níveis cruéis para o Irã. Além dos protestos violentos, greves foram deflagradas em protesto e atingiram em cheio o seio da economia iraniana. Opositores de esquerda, liberais e xiitas, todos se uniram contra o governante em função e deram início a um processo revolucionário.

Finalmente, em 1979, o xá Pahlevi foi deposto do poder, no dia 1º de abril, e o Irã foi declarado uma República Islâmica. Reza Pahlevi fugiu do país e o aiatolá Khomeini assumiu o cargo de chefe religioso e governante do país. A Revolução Islâmica alterou profundamente a estrutura social do país, estabelecendo novas doutrinas que passavam em primeiro lugar pela questão religiosa. O processo revolucionário que inicialmente era guiado por anseios democráticos e de melhorias das condições de vida dos iranianos, resultou no governo de um chefe religioso que transformou o país em um Estado teocrático.

A postura do governo assumida pelo novo chefe do país foi extremamente radical, novas leis, baseadas no islamismo, entraram em vigor, e uma ação de militantes islâmicos tomou americanos como reféns na embaixada dos Estados Unidos em Teerã. O Irã decretava o fim das afinidades com os Estados Unidos e o rompimento das relações.

Ao longo da Guerra Fria, o governo iraniano se posicionou como opositor dos Estados Unidos e também da União Soviética. Por se tratar de um Estado fundamentado nas doutrinas religiosas do islamismo, a questão em vigor era declarar inimizade com os “infiéis”, fossem capitalistas ou socialistas. A revolução mudou a vida dos iranianos, os castigos corporais foram liberados, a pena de morte entrou em vigor contra os defensores do xá, prostitutas, homossexuais, marxistas e judeus, além de hábitos ocidentais como vestuário, minissaia, maquiagem, música ocidental, jogos e cinema.

A postura do governo iraniano se manteve radical mesmo após a Guerra Fria, Bill Clinton chegou muito perto de reabrir diálogos com o Irã, mas seu sucessor na presidência dos Estados Unidos, George W. Bush, colocou o país no “eixo do mal”, juntamente com Iraque e Coréia do Norte. Desse modo, as relações voltaram a uma situação extrema, até hoje o diálogo do Ocidente com o Irã é complicado. Seu atual governante, Mahmoud Ahmadinejad, também segue uma linha autoritária fundamentada nos preceitos religiosos do islamismo, defendendo ainda posturas radicalíssimas. Recentemente, somente o presidente brasileiro, Luís Inácio “Lula” da Silva, conseguiu progredir nas relações amistosas com o país, mas o restante do mundo ainda tem receio em dialogar com o Irã por conta de suas decisões autoritárias, pelo interesse em possuir armas nucleares e as afinidades com o terrorismo.

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