O que foi a República do Galeão?
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Denominação pela qual ficou conhecida a Base Aérea do Galeão devido à sua atuação independente durante as investigações relativas ao atentado da Toneleros. Nesse atentado, ocorrido na madrugada de 5 de agosto de 1954, foi assassinado o major-aviador Rubens Vaz e ferido o jornalista Carlos Lacerda, um dos principais opositores do presidente Getúlio Vargas.
Inicialmente, as investigações estavam sendo efetuadas pela polícia civil e eram acompanhadas pelo coronel João Adil de Oliveira, designado pela Aeronáutica. No entanto, após o depoimento datado do dia 7 de agosto do motorista de táxi Nélson Raimundo de Sousa — que confessou ter transportado dois homens até o local do crime e revelou conhecer um deles, Climério Euribes de Almeida, membro da guarda pessoal de Vargas — o inquérito foi praticamente paralisado.
A inoperância policial provocou reações dentro da Aeronáutica, começando a surgir pressões para que as investigações deixassem a alçada da polícia civil e se transformassem num inquérito policial-militar (IPM). O fato de a vítima do atentado ser um oficial da Aeronáutica e de a arma utilizada pelo assassino ser um revólver calibre 45, de uso privativo das forças armadas, forneceu à Aeronáutica o amparo legal — através do artigo 115 do Código de Justiça Militar — para solicitar a instauração de um IPM. No dia 12 de agosto, o ministro da Aeronáutica, brigadeiro Nero Moura, baixou uma portaria autorizando a abertura de um IPM a ser dirigido pelo próprio coronel Adil.
O início do IPM da Aeronáutica não significou, contudo, o encerramento do inquérito da polícia civil. Instaurado na delegacia do 2º Distrito, o inquérito policial teve prosseguimento, a partir de 14 de agosto, na Divisão de Polícia Técnica, sob a direção do delegado Sílvio Terra. Entretanto, as conclusões a que esse inquérito chegou foram uma mera reprodução das provas coligidas no IPM.
Após a abertura do IPM, os suspeitos passaram a ser levados para a Base Aérea do Galeão, onde eram submetidos a interrogatórios pelas autoridades militares. Foi montado um rigoroso esquema de segurança em torno da base, sendo vedada à imprensa qualquer informação sobre os depoimentos prestados, bem como qualquer contato com os detidos.
Foram presos e interrogados no Galeão Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de Getúlio (dissolvida em 9 de agosto), acusado de ser o mandante do atentado; Climério Euribes de Almeida, acusado de haver contratado o pistoleiro que matou o major Vaz e de ter orientado diretamente o crime; João Valente de Sousa, secretário da guarda, acusado de ter facilitado a fuga de Climério; Alcino João do Nascimento, acusado da autoria dos disparos que mataram o major Vaz e feriram Carlos Lacerda e o guarda municipal Sálvio Romero; o motorista de táxi Nélson Raimundo de Sousa, e José Antônio Soares, sócio e compadre de Climério e suposto intermediário entre este e Alcino.
Outros acusados de envolvimento no atentado — entre os quais os deputados Lutero Vargas, filho do presidente, e Euvaldo Lodi, Benjamim Vargas, irmão do presidente, Roberto Alves, ex-secretário particular de Getúlio, Vítor Costa, diretor da Rádio Nacional, e Arquimedes Manhães — também depuseram na base.
O IPM continuou a se desenvolver no Galeão até o depoimento de Gregório acusando o general Ângelo Mendes de Morais de ser o verdadeiro mandante do crime. Por se tratar de um oficial do Exército de patente superior à do coronel Adil, este remeteu o inquérito em 19 de setembro ao então ministro da Aeronáutica, brigadeiro Eduardo Gomes. Nessa ocasião, o país já era governado por João Café Filho, vice-presidente de Getúlio, que se suicidara em 24 de agosto. Café Filho promovera uma ampla reforma ministerial, afastando praticamente todos os nomes ligados ao getulismo e substituindo-os por elementos vinculados em sua maioria à União Democrática Nacional (UDN), como era o caso de Eduardo Gomes.
jikookbts:
MTO OBRIGADA!!! ME AJUDOU BASTANTE♥
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