O que foi a Guerra do Ópio? Como ela se relaciona ao imperialismo do século XIX?
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IMPERIALISMO NA CHINA - A GUERRA DO ÓPIO
Assim como estudamos numa aula anterior, nos séculos XV e XVI, os governantes Ming isolaram a China do resto do mundo. Em 1644, os Manchus - um povo nômade do norte do país - depuseram os governantes Ming e estabeleceram a Dinastia Qing. Os manchus tentaram manter a China isolada, mas o poder e interesse alheios em relação a seu país tornaram essa tarefa impossível.
O Comércio Exterior da China
Durante séculos, as relações chinesas com outras nações asiáticas haviam sido baseadas no princípio de Confúcio de relações entre superiores e inferiores. A China considerava-se superior a todos os outros países, e esperava que eles pagassem tributos ao seu imperador. De todos os vizinhos da China, o Japão era o único que se recusava a pagar esses tributos.
As nações europeias que comercializavam com a China não eram obrigadas a pagar tributos ao país, mas tinham que seguir regras estabelecidas pelos chineses. Os chineses viam o comércio exterior não como um direito, mas como um privilégio concedido a estrangeiros. Comerciantes estrangeiros eram permitidos adentrar em apenas uma cidade chinesa - Guangzhou, antes conhecida como Cantão. Os chineses impunham fortes restrições quanto aos direitos de estrangeiros de comercializar com a China.
Durante dois séculos, os comerciantes europeus aceitaram as imposições chinesas. O comércio da seda e chá chineses era tão lucrativo que os europeus concordavam com qualquer restrição imposta pela China. Todavia, eles tinham dificuldade em oferecer bens que os chineses se interessam em comprar. Nas palavras de um imperador, a China "não precisava dos produtos de bárbaros estrangeiros".
No início do século XIX, os europeus finalmente encontraram algo que os chineses se interessavam em comprar: o ópio, uma droga narcótica. Os comerciantes europeus podiam comprar ópio na índia e vendê-lo na China. Apesar de o governo chinês proibir a venda de ópio, muitos oficiais chineses recebiam propina de comerciantes britânicos que contrabandeavam grandes quantidades da droga no país.
O comércio de ópio foi altamente prejudicial para a China de dois modos. Primeiro, ele causou danos ao povo chinês; por volta de 1830, havia milhões de chineses viciados em ópio. Em segundo lugar, a venda da droga consumiu o tesouro do país. Antes do tráfico de ópio, a China havia enriquecido pela venda de chá e seda a comerciantes britânicos. Agora, essa riqueza estava sendo utilizada para a compra da droga. Esses problemas finalmente forçaram o governo chinês a tomar medidas severas para combater o comércio do ópio no país.
A Guerra do Ópio
Em 1839, o governo chinês iniciou uma campanha contra o uso do ópio, prendendo e executando muitos traficantes do narcótico. Contudo, o contrabando continuava a aumentar no país. Cientes de que os britânicos escondiam a droga em seus depósitos, o imperador enviou soldados a Guangzhou. Os soldados aprisionaram comerciantes britânicos e oficiais do governo em seus próprios depósitos e confiscaram o ópio.
Os britânicos consideram esses atos como um insulto a sua nação. Eles também viam no conflito uma oportunidade de combater as restrições chinesas ao comércio exterior. Os britânicos retaliaram contra o governo chinês, dando início a Guerra do Ópio. As forças chinesas, mal organizadas e munidas de armas antiquadas, perderam várias batalhas para o moderno exército e marinha britânica. Finalmente, após três anos de guerra, a China se rendeu e cedeu às exigências da Grã-Bretanha.
O Tratado de Nanquim (1842) encerrou a guerra e estabeleceu um novo padrão europeu de comércio com a Ásia: o sistema comercial desigual. Os chineses não mais ditavam as regras, assim como haviam feito sob o sistema tributário. Agora, seriam as nações do Ocidente que estabeleceriam as regras de comércio exterior.
O Tratado de Nanquim deu aos britânicos o direito de comercializar em cinco portos comerciais - cidades portuárias onde os comerciantes podiam viver. Os estrangeiros na China acusados de crimes seriam julgados de acordo com as leis de seu próprio país. A Grã-Bretanha adquiriu a ilha de Hong Kong e uma quantia em dinheiro pelo ópio destruído pelos chineses.
Nos próximos anos, outras nações do Ocidente firmaram tratados similares com a China. Estes tratados forçaram a China a ceder a outras nações os direitos comerciais e privilégios concedidos aos britânicos.