O que foi a crise sucessória e o governo de João Goulart.
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Jânio Quadros, s/ data. Jânio Quadros e João Goulart foram empossados, respectivamente, na presidência e na vice-presidência da República, em 31 de janeiro de 1961. Para os ministérios militares, Jânio escolheu elementos ligados aos opositores do grupo nacionalista; na política econômica, adotou o receituário ortodoxo recomendado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Essas escolhas deixaram claro para Jango a impossibilidade de construir um bom relacionamento com o presidente.
Tancredo Neves (acenando) e João Goulart (à esq.) sobem a rampa do Palácio do Planalto. Entre set e dez 1961. A principal proposta de governo janista era a instauração de uma cruzada moralizadora no país. Suas primeiras medidas - a instauração de inquéritos comandados por militares – destinavam-se a criar uma imagem de inovação dos costumes e saneamento moral, tendo a administração pública como alvo principalEm maio de 1961, o próprio Jango viu-se envolvido nos inquéritos instaurados no Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS) e no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB). O vice-presidente era nominalmente acusado de ser um dos principais beneficiários da propaganda eleitoral no IAPB às custas do dinheiro público. Todavia, a acusação não teve nenhum desdobramento prático.
A atuação no plano internacional, paralelamente à perda gradual do apoio da UDN e ao aparecimento de limites e contradições do seu esquema político, levou Jânio a reorientar suas estratégias econômicas, voltando-as para o desenvolvimentismo, e a um aprofundamento da política externa independente. Tais mudanças o aproximaram do vice-presidente.
João Goulart discursando em sua chegada a Pequim, em 13 de agosto de 1961 Foi nesse contexto que João Goulart recebeu um convite oficial para visitar a República Popular da China. Naquele país, a comitiva brasileira visitou Hanchow, Cantão e Pequim, e foi recebida pessoalmente pelo presidente Mao Tsé-Tung. Em 25 de agosto, já em Cingapura, Jango foi avisado da renúncia de Jânio.
A renúncia encetou uma grave crise política no país. João Goulart em sua chegada a Pequim, em 13 de agosto de 1961 Resistências de setores militares a Goulart resultaram em grande mobilização pró e contra sua posse na presidência da República. De acordo com a Constituição, no caso de vacância do cargo de presidente, o substituto imediato era o vice-presidente, e na impossibilidade deste, o presidente da Câmara dos Deputados. Assim, dada a ausência do vice-presidente, ainda no dia 25, Pascoal Ranieri Mazzilli assumiu interinamente o poder.
João Goulart (à direita) em visita ao líder comunista chinês Chou en Lai (à esquerda), em Pequim, em 15 de agosto de 1961 A oposição dos ministros militares e de parcelas da sociedade civil à posse de Jango, sob a alegação de que ela significaria séria ameaça à ordem e às instituições, polarizou a sociedade brasileira, colocando os partidários do veto e os defensores da legalidade frente à frente. O impasse durou vários dias, chegando a haver reais possibilidades de confronto militar entre os dois lados.
João Goulart acena por ocasião de sua posse na presidência da República. À sua esquerda, de frente, Tancredo Neves. No Congresso Nacional, as pretensões militares também encontraram obstáculos. Os parlamentares rejeitaram o pedido de impedimento de Jango e, em seguida, propuseram a adoção de uma solução conciliatória: a implantação do regime parlamentarista. Simultaneamente, ampliava-se o apoio à posse de Goulart entre estudantes, intelectuais e trabalhadores. Nos meios políticos, a defesa da legalidade ganhava novas e importantes adesões, como a dos governadores Nei Braga, do Paraná, e Mauro Borges, de Goiás.
Presidente Jânio Quadros em reunião de governadores do sul do país, realizada em Florianópolis (SC). 1961. Enquanto ferviam as negociações, Jango, informado do rumo dos acontecimentos, aproximava-se do território brasileiro. De Cingapura, seguiu para Paris, e da capital francesa para Nova Iorque, onde chegou em 30 de agosto. Nessa cidade, concedeu uma entrevista à imprensa onde declarou que seguiria para a Argentina e chegaria ao Brasil pelo Rio Grande do Sul. No dia seguinte viajou para Buenos Aires, onde foi impedido de desembarcar, em virtude de forte dispositivo militar armado pelo governo argentino. Nesse mesmo dia, rumou para Montevidéu, onde era esperado pelo embaixador brasileiro Tancredo Neves (à esq) e João Goulart (ao centro) por ocasião de sua posse na presidência da República. 7 set 1961.
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Resposta:
O governo João Goulart foi de 1961 a 1964 e ficou marcado na história brasileira por ter sido um mandato abreviado por conta do golpe civil-militar de 1964. Esse governo ficou marcado pela radicalização e instabilidade política. As tentativas de reforma conduzidas pelo presidente eram impopulares entre as elites, que eram, naquele momento, apoiadas pelos norte-americanos, e que se organizaram com os militares para derrubar o presidente e instalar uma ditadura.
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