História, perguntado por pedrow15, 10 meses atrás

o que fez de Mauá um homem rico e de grandes negócios?​

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Respondido por DudaSantos0705
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Resposta:

Avida de Irineu Evangelista de Souza, primeiro Barão, depois Visconde de Mauá, é uma verdadeira aula de empreendedorismo,

Homem dinâmico e proativo, Irineu Evangelista de Souza trilhou uma formidável carreira como empreendedor pelos seus próprios méritos, através de muito trabalho, esforço e sacrifício. Acreditando piamente que o progresso do Brasil estava necessariamente atrelado à industrialização, esteve à frente de inúmeras iniciativas, como a construção da primeira ferrovia – a estrada de ferro Mauá – a primeira fundição de ferro, a extração de recursos fluviais dos rios de norte a sul do país, e a conexão entre a América do Sul e a Europa através de cabos telegráficos, para citar apenas algumas áreas nas quais o Visconde de Mauá foi pioneiro. Homem de extrema sagacidade e iniciativa, não se deixava abalar por obstáculos e dificuldades de nenhum tipo. Motivado, audacioso e persistente, era um homem à frente do seu tempo. No auge da sua carreira, era proprietário de dezessete empresas, localizadas em seis países diferentes. Homem íntegro, de caráter profundamente humanitário e benévolo, tinha uma sincera consciência social, arraigada à responsabilidade de gerar mudanças. Visitava empregados que ficavam doentes, era a favor da abolição da escravatura, e afirmava com veemência que todo homem merecia ser livre, bem como receber um salário justo pelo seu trabalho. Não obstante, suas qualidades, pontos de vista e posições políticas fortes frequentemente levaram o Visconde de Mauá a colidir contra os interesses dos poderes políticos de sua época, o que causaria sua inevitável e deprimente derrocada.    

Banqueiro, empreendedor, industrialista e político, sua vida foi repleta de dificuldades, até mesmo em face de diversos êxitos. Tendo que enfrentar em diversas ocasiões a resistência de um governo imperial demasiadamente letárgico e conservador, para implementar diversas iniciativas, o Visconde de Mauá teve que demonstrar persistência, flexibilidade e dinamismo em diversos momentos de sua carreira, para que seus empreendimentos fossem levados à sério, e viessem a lograr êxito.

Inadvertidamente, Irineu Evangelista de Souza se viu obrigado a entrar para a vida pública, como a única maneira de defender os seus interesses. E como não possuía nenhuma representação em caráter político, decidiu entrar para a política, e representar a si mesmo, para assim lutar, a ferro e fogo, pelos seus interesses. Que, por extensão, serviam aos interesses de todos os brasileiros e brasileiras das classes inferiores, sobretudo de proletários e de escravos, porque alicerçavam-se no progresso, no bem estar comum, na educação, na igualdade e na cidadania para todos. Interesses, estes, que eram muito mal vistos pelo governo imperial, nem um pouco interessado na autonomia social das classes mais pobres.

Conforme suas empresas cresciam, sócios interessados começaram a aparecer, investimentos de capital estrangeiro tornaram-se corriqueiros, e viagens passaram a ser tão frequentes quanto necessárias. Seu progresso deixava empreendedores europeus impressionados, especialmente quando ficavam sabendo que todo o excepcional e exponencial crescimento do Visconde de Mauá ocorria sem nenhum apoio, estímulo ou ajuda do governo, o que tornava seus êxitos ainda mais surpreendentes. E quão surpresos não ficavam seus pares, ao ficarem sabendo que, para crescer como vinha crescendo, muitas vezes tinha que colocar-se deliberadamente contra o governo, que não via mal nenhum em aplicar-lhe restrições, ou sabotar seus projetos. Não obstante, o seu sucesso estrondoso, sua reputação, e sua capacidade de contornar obstáculos – em especial aqueles arranjados por um governo imperial frívolo e belicoso – granjeavam-lhe ainda mais mérito, o que atraía para suas empresas um enorme número de sócios e investidores cada vez mais interessados em seus negócios, o que, por conseguinte, acabava gerando para suas empresas um capital ainda maior. Dessa maneira, seu sucesso crescia a olhos vistos, e seus êxitos tornavam-se cada vez maiores, o que passou a ser motivo de grande ressentimento e amargura por parte do governo imperial.  

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