O que é pensamento conceitual?
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A tradição filosófica, sobretudo a partir do século XVIII (com a Filosofia da Ilustração) e do século XIX (com a Filosofia da história de Hegel e o positivismo de Augusto Comte), afirmava que do mito à lógica havia uma evolução do espírito humano, isso é, o mito era uma fase ou etapa do espírito humano e da civilização que antecedia o advento da lógica ou do pensamento lógico, considerado a etapa posterior e evoluída do pensamento e da civilização. Essa tradição filosófica faz crer que o mito pertenceria a culturas “inferiores”, “primitivas” ou “atrasadas”, enquanto o pensamento lógico ou racional pertenceria a culturas “superiores”, “civilizadas” e “adiantadas”.
Essa separação temporal e evolutiva de duas modalidades de pensamento fazia com que se julgasse a presença, em nossas sociedades, de explicações míticas (isto é, as religiões, a literatura, as artes) como uma espécie de “resíduo” ou “resto” de uma fase passada da evolução da humanidade, destinada a desaparecer com a plena evolução da racionalidade científica e filosófica.
Hoje, porém, sabe-se que a concepção evolutiva está equivocada e que o pensamento conceitual e o pensamento mítico podem coexistir numa mesma sociedade. Estudos de antropologia social, que estuda os mitos das sociedades ditas selvagens e também as mitologias de nossas sociedades, ditas civilizadas, mostraram que, no caso de nossas sociedades, a presença simultânea do pensamento conceitual e do pensamento mítico decorre do modo como a imaginação social transforma em mito aquilo que o pensamento conceitual elabora nas ciências e na Filosofia. Basta ver o caráter mágico-maravilhoso dado aos satélites, aos autômatos, aos computadores para constatarmos a passagem da ciência ao mito.
No entanto, estudos de neurologia e da análise da anatomia e da fisiologia do cérebro humano mostram que esse órgão possui duas partes, ou dois hemisférios; em um deles localiza-se a linguagem e o pensamento simbólicos e afetivos (propensos ao maravilhoso e à imaginação criadora) e, no outro, a linguagem e o pensamento conceituais. Certas pessoas, como os artistas, desenvolvem mais o hemisfério simbólico e afetivo, enquanto outras, como os cientistas, desenvolvem mais o hemisfério conceitual e lógico.
Assim, a predominância de uma ou de outra forma de pensamento depende, de um lado, das tendências pessoais e da história de vida dos indivíduos e, de outro, do modo como uma sociedade ou uma cultura recorrem mais a uma do que à outra forma para interpretar a realidade, intervir e explicar-se a si mesma.
Essa separação temporal e evolutiva de duas modalidades de pensamento fazia com que se julgasse a presença, em nossas sociedades, de explicações míticas (isto é, as religiões, a literatura, as artes) como uma espécie de “resíduo” ou “resto” de uma fase passada da evolução da humanidade, destinada a desaparecer com a plena evolução da racionalidade científica e filosófica.
Hoje, porém, sabe-se que a concepção evolutiva está equivocada e que o pensamento conceitual e o pensamento mítico podem coexistir numa mesma sociedade. Estudos de antropologia social, que estuda os mitos das sociedades ditas selvagens e também as mitologias de nossas sociedades, ditas civilizadas, mostraram que, no caso de nossas sociedades, a presença simultânea do pensamento conceitual e do pensamento mítico decorre do modo como a imaginação social transforma em mito aquilo que o pensamento conceitual elabora nas ciências e na Filosofia. Basta ver o caráter mágico-maravilhoso dado aos satélites, aos autômatos, aos computadores para constatarmos a passagem da ciência ao mito.
No entanto, estudos de neurologia e da análise da anatomia e da fisiologia do cérebro humano mostram que esse órgão possui duas partes, ou dois hemisférios; em um deles localiza-se a linguagem e o pensamento simbólicos e afetivos (propensos ao maravilhoso e à imaginação criadora) e, no outro, a linguagem e o pensamento conceituais. Certas pessoas, como os artistas, desenvolvem mais o hemisfério simbólico e afetivo, enquanto outras, como os cientistas, desenvolvem mais o hemisfério conceitual e lógico.
Assim, a predominância de uma ou de outra forma de pensamento depende, de um lado, das tendências pessoais e da história de vida dos indivíduos e, de outro, do modo como uma sociedade ou uma cultura recorrem mais a uma do que à outra forma para interpretar a realidade, intervir e explicar-se a si mesma.
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