O que é império' existe Império hoje qual
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Não é raro encontrar quem tenha essa imagem na cabeça: o Império colapsando com a invasão de Roma e o saque dos bárbaros. Mas, na realidade, não foi bem assim, basicamente por três motivos.
Em primeiro lugar, porque o Império Romano não terminou em 476. Houve, de fato, um evento importante nesse ano, que marca a temporária perda das províncias ocidentais do Império, mas em boa parte ele permaneceu intacto. Com sua capital em Constantinopla, o Império sobreviveu ainda quase mil anos, até 1453, quando a cidade capitulou diante do jovem Sultão Mehmed II (tinha 21 anos nessa data), líder dos turcos otomanos.
Em segundo lugar, porque em 476 a capital ocidental do Império Romano não era Roma, e sim Ravena. Foi em Ravena que houve a invasão pelo bárbaro Odoarco, não houve nenhuma invasão de Roma naquele ano. Na verdade, Roma havia sido invadida anteriormente pelos visigodos e vândalos ao menos três vezes (em 410, em 455 e 472), o que denota a queda de prestígio que vinha sofrendo, desde que deixou de ser a capital do Império em 286, quando Diocleciano a mudou para Milão. Em 330 a capital mudou para Constantinopla, voltando posteriormente a Milão. Depois, em 402, quando Milão foi também invadida pelos visigodos, a capital mudou novamente, agora para Ravena.
Terceiro, a invasão do Império Romano pelos bárbaros não foi um evento pontual. Foi algo que foi ocorrendo aos poucos, o termo mais apropriado seria “migração” e não “invasão”. Além disso, o termo “bárbaro” é muito genérico e engloba inúmeras tribos distintas, como germanos, celtas e hunos. Tais tribos, por sua vez, não compunham uma unidade, havia profundas diferenças entre elas e, consequentemente, batalhas e guerras. Os hunos, por exemplo, sempre foram considerados uma profunda ameaça para os germanos. Átila, o Huno (406-453), fazia tremer não apenas os romanos, mas também os germanos. Assim, os romanos chegaram a “contratar” os germanos para conter o avanço dos hunos em direção ao Império.
No início, os germanos foram pagos com dinheiro, mas com o tempo passaram a exigir os mesmos privilégios dos cidadãos romanos. Esse é um ponto de extrema importância. Os ditos “bárbaros” não queriam invadir o Império e destruir sua cultura. Ao contrário, queriam absorver suas tradições e até sua religião. Então assim, lentamente, o Império Romano se “barbarizou” por dentro, enquanto os bárbaros se “romanizavam”. As citadas invasões de Roma, Milão e Ravena foram apenas momentos simbólicos de um fenômeno maior, em que houve um profundo processo de aculturação das tribos bárbaras.
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Não é raro encontrar quem tenha essa imagem na cabeça: o Império colapsando com a invasão de Roma e o saque dos bárbaros. Mas, na realidade, não foi bem assim, basicamente por três motivos.
Em primeiro lugar, porque o Império Romano não terminou em 476. Houve, de fato, um evento importante nesse ano, que marca a temporária perda das províncias ocidentais do Império, mas em boa parte ele permaneceu intacto. Com sua capital em Constantinopla, o Império sobreviveu ainda quase mil anos, até 1453, quando a cidade capitulou diante do jovem Sultão Mehmed II (tinha 21 anos nessa data), líder dos turcos otomanos.
Em segundo lugar, porque em 476 a capital ocidental do Império Romano não era Roma, e sim Ravena. Foi em Ravena que houve a invasão pelo bárbaro Odoarco, não houve nenhuma invasão de Roma naquele ano. Na verdade, Roma havia sido invadida anteriormente pelos visigodos e vândalos ao menos três vezes (em 410, em 455 e 472), o que denota a queda de prestígio que vinha sofrendo, desde que deixou de ser a capital do Império em 286, quando Diocleciano a mudou para Milão. Em 330 a capital mudou para Constantinopla, voltando posteriormente a Milão. Depois, em 402, quando Milão foi também invadida pelos visigodos, a capital mudou novamente, agora para Ravena.
Terceiro, a invasão do Império Romano pelos bárbaros não foi um evento pontual. Foi algo que foi ocorrendo aos poucos, o termo mais apropriado seria “migração” e não “invasão”. Além disso, o termo “bárbaro” é muito genérico e engloba inúmeras tribos distintas, como germanos, celtas e hunos. Tais tribos, por sua vez, não compunham uma unidade, havia profundas diferenças entre elas e, consequentemente, batalhas e guerras. Os hunos, por exemplo, sempre foram considerados uma profunda ameaça para os germanos. Átila, o Huno (406-453), fazia tremer não apenas os romanos, mas também os germanos. Assim, os romanos chegaram a “contratar” os germanos para conter o avanço dos hunos em direção ao Império.
No início, os germanos foram pagos com dinheiro, mas com o tempo passaram a exigir os mesmos privilégios dos cidadãos romanos. Esse é um ponto de extrema importância. Os ditos “bárbaros” não queriam invadir o Império e destruir sua cultura. Ao contrário, queriam absorver suas tradições e até sua religião. Então assim, lentamente, o Império Romano se “barbarizou” por dentro, enquanto os bárbaros se “romanizavam”. As citadas invasões de Roma, Milão e Ravena foram apenas momentos simbólicos de um fenômeno maior, em que houve um profundo processo de aculturação das tribos bárbaras.
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