O que e ditadura gramatical?
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Nois vai hoje escrevê sobre o livro Por uma vida melhor da professora Heloisa Ramos, colocando em pé de igualdade a linguagem popular com a linguagem culta. O livro foi distribuído pelo MEC a quase 500 mil estudantes e o pessoal da USP e imediações está, no mínimo, pê da vida. Anarquista avesso a proibições, creio que os dois lados não têm razão. Ou, por outra, têm razão. Ignorar a linguagem popular, os nóis vai da vida, é querer tapar o sol com a peneira e negar, de certa forma, até a existência do Português que nasceu do Latim inculto. Acrescente-se que, com regras gramaticais inflexíveis, provavelmente mais de 90% de obras literárias não poderiam ser escritas e Guimarães Rosa seria certamente um proscrito. A professora Heloisa Ramos quer trocar o conceito de certo e errado pelo de adequado e inadequado. Não deixa de ter razão. Um professor pernóstico falando rebuscado com um grupo de roceiros semianalfabetos soa tão ridículo como certos políticos mal-letrados discursando em público. E não pensem que estou me referindo a Lula. Ele deu a volta por cima e se impôs a letrados e iletrados. É evidente que a linguagem culta, obedecendo todos os cânones gramaticais, deve ser ensinada nas escolas. Mas desconhecer a linguagem popular, ou, pior do que isso, discriminá-la, é colocar de escanteio a grande maioria da sociedade. E tem mais: a internet, com seus emails e grupos sociais online, está criando uma linguagem escrita nova e pelo que parece não será detida. Um porta-voz do Ministério da Cultura, segundo O Globo, defendeu a permanência do livro da professora Heloisa Ramos na lista do MEC e disse:
nlopeso:
É mais que óbvio, para todos aqueles que quiserem ver, que, hoje, a maioria dos valores sociais estão invertidos; no mundo gramatical, não ocorre diferente: ao invés de partirmos do princípio de que a gramática se funda (ou deveria se fundar) no uso tido por culto, temos o contrário: os usos ditos cultos se fundam na gramática. Por outras palavras, a língua é submetida ao que diz a gramática, como se esta fosse aquela. A partir disso, tudo o que não estiver nos compêndios gramaticais é inculto,
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Ditadura é poder ou autoridade absoluta, portanto ditadura gramatical é o poder que a gramática normativa tem de ditar as regras gramaticais. A gramática normativa é quem dita as regras. Eu sou normativista, não aceito "erros" gramaticais que hoje em dia os linguistas teimam em chamar de "variante linguística". Se não existissem normas gramaticais nossa língua que já está banalizada estaria um caos total Tendo as regras já está um terror, as pessoas não sabem falar e muito menos, escrever, imagine se não existissem essas regras. Acho que temos que ter um mínimo de respeito pela nossa língua, buscando cada dia mais a excelência, é tão bonito falar e escrever bem!!! Po que os outros países valorizam tanto a sua língua e a sua gramática e nós aqui queremos derrotá-la?
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